As memórias de Madrid permanecem frescas. Mais delicada ainda é a proximidade de novo encontro com o Real. Da soma de antes e depois, de recordações e propósitos, poderá resultar um elemento perturbador ou um factor de desconcentração no compromisso nacional, que leva o Beira Mar às Antas. José Mourinho reconhece a validade da interpretação, garantindo, contudo, imunidade.

«O único que tem de pensar em mais de um jogo em simultâneo sou eu», disse o treinador, que reclama a exclusividade de reflexões sobre questões de rotatividade, acerca da contabilidade de cartões amarelos e a propósito das dificuldades inerentes a cada encontro. «Eles só têm de pensar num de cada vez».

Com o Beira Mar por adversário, Mourinho assume, por antecipação, o regresso ao método da rotatividade, estratégia com a qual vai driblando um calendário anormalmente preenchido. «O mais lógico seria insistir em quem jogou tão bem em Madrid, mas vai haver rotações», garantiu.

Com o Boavista em Faro e o Sporting em Guimarães, a jornada apresenta-se simpática para José Mourinho, que, no entanto, prefere não adivinhar proveitos imediatos, lembrando que na semana passada se esperava a derrapagem portista. «Acaba-se por perder pontos onde menos se espera», observou, antes de recuar no tempo cerca de 12 horas para lembrar que o Boavista pontuara frente ao campeão europeu.