O Leixões venceu e Matosinhos saíu à rua. Cinco mil pessoas aguardaram pela chegada da equipa à cidade, esperando nos Paços do Concelho em ambiente de euforia. A música We Are The Champions, dos Queen, foi a banda sonora improvisada. A equipa ainda não ganhou a Taça, mas quem já eliminou Varzim e Sp.Braga pode bem com o Sporting. Pelo menos assim julgam os habitantes de Matosinhos.

«O mais difícil está feito», comentava o animador de serviço. Entre as muitas pessoas que aguardavam a equipa, entre os bombos, as bandeiras, os cachecóis, as conversas, a festa, a euforia, a música, o fogo de artifício depressa improvisado, entre toda a animação de uma noite histórica - em que pela primeira vez uma equipa do terceiro escalão português chega à final da Taça de Portugal -, também havia quem dissesse que o treinador do Sporting, Bölöni, «já está a tremer» só de pensar em encontrar o Leixões na final da Taça.

Os heróis da noite acabaram por chegar de Braga às 23.15 horas, curiosamente num autocarro alugado. É que a camioneta da equipa serviu para levar a claque até ao Minho.

O treinador Carlos Carvalhal e o capitão de equipa Abílio (também autor do primeiro golo na vitória por 3-1) subiram ao palanque dos Paços do Concelho, para receber os aplausos da multidão.

À saída do estádio em Braga já Narciso Miranda, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, comparara a presença na final da Taça com a vitória na mesma competição em 60/61. «É uma vitória extremamente emotiva, profundamente sentida e intensamente vivida. Fez-me lembrar o que sucedeu há 41 anos, quando o Leixões teve a ousadia de derrotar o F.C.Porto no Estádio das Antas.» Desta vez a final será no Jamor, a 12 de Maio. Adeptos do Leixões não faltarão.