Karen, a mulher de Jardel, é um referência quase constante no livro «Os meus segredos», lançado esta segunda-feira. Já se sabia da ligação forte entre ambos, agora fica a perceber-se o papel desempenhado em alguns negócios.

Antas, com Pinto da Costa

O livro está repleto de passagens em que Karen é figura principal. Esta é uma das melhores, na página 62:

«No final do primeiro ano tive uma experiência curiosa. Fui o melhor marcador do campeonato e achei que merecia ganhar mais. Desloquei-me à SAD na companhia da Karen e do Minguella para pedir um aumento. A conversa não começou bem. «Achas que ganhaste o campeonato sozinho, é?», respondeu Pinto da Costa. Era só o início de uma longa troca de argumentos. A Karen tomou as rédeas do assunto e iniciou um diálogo quente com o presidente. Tão quente, que Pinto da Costa viu-se obrigado a recorrer várias vezes ao copo de água para acalmar os nervos.

«Se você não dá aumento, nós voltamos para o Brasil!», disse a Karen.

«Impossível!», respondeu ele, «O Jardel tem mais três anos de contrato...»

«Então ele fica, mas não vai jogar...», contrapôs a Karen.

Resultado: saímos a reunião com um contrato que previa aumentos anuais faseados e ainda com 7 por cento do valor do passe em caso de transferência futura. Mais tarde, Pinto da Costa confessou que nunca uma mulher o tinha afrontado daquela maneira. Bendita Karen!».

Mais à frente, ainda a propósito de dinheiros e da pouca apetência do clube azul-e-branco para explorar a imagem dos jogadores, Jardel tem uma análise curiosa. «O F.C. Porto evita a formação de vedetas, mas parece-me que o clube teria mais a ganhar se promovesse os seus jogadores porque estaria promovendo o clube. Hoje, tenho a certeza absoluta que estive tempo de mais no Porto».