No ano em que o Benfica regressa às competições europeias e após a conquista do segundo lugar da Superliga na última época, José António Camacho não promete o título. Em entrevista exclusiva ao enviado-especial da TVI a Madrid, Bruno Ferreira, o treinador espanhol diz que o importante é assentar os pés no chão e pensar jogo a jogo.

A quinze dias do início da pré-temporada, já se definiu a equipa técnica?

Por agora, está [Pepe] Carcelén e eu. Isso vai resolver-se na próxima semana, mas não é um problema, apenas precisa de um minuto. Esse trabalho tenho que organizá-lo eu e já o fiz.

Qual é o objectivo para a próxima época?

Tentar ganhar o primeiro jogo e trabalhar. Não sei onde vamos chegar. O objectivo do Benfica é lutar ao máximo por tudo. Temos que ter os pés bem assentes no chão, ficámos a onze pontos do Porto e isso não se resolve de um dia para o outro. O Benfica quer sair para o campo e ganhar, de resto não se sabe mais nada.

Benfica campeão?

Estamos de férias e agora o campeão é outro. Toda essa pressa e essa mentalidade não é boa para a equipa.

Como vê os adversários?

O Sporting tem que olhar para os pontos que o Benfica lhe conseguiu roubar e nós temos de olhar para os pontos que o Porto conseguiu ganhar de vantagem. O Porto teve uma época difícil de repetir e quando assim é, é porque têm uma boa organização futebolística que o Benfica também tem que ter. Perante o Sporting, partimos com uma vantagem, pois eles têm de construir outro plantel.

Disse que o Benfica precisava de mudar. Quer ser visto como o treinador da mudança?

Não gostaria. Gostaria de chegar e treinar e que tudo estivesse perfeito. O treinador não devia exigir nada. Às vezes parece que exijo demais mas um treinador devia chegar e ter a equipa construída. O resto já devia estar feito.

É um problema dos dirigentes?

Não. Há o problema da mudança do estádio, e das consequências que o Benfica está a pagar do passado.

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