O Sp. Braga está pela quarta vez na sua história nos oitavos de final da Liga Europa. Depois do resultado positivo no Tourbillon – estádio do Sion – os bracarenses resistiram a um turbilhão na pedreira, viram os suíços empatarem a eliminatória em 29 minutos e sofreram com um estrondo na barra nos descontos, mas aguentaram e seguem em frente nas provas europeias.

Paulo Fonseca disse estar «desconfiado» no lançamento do jogo e não foi para menos. O Sion, sétimo classificado campeonato suíço, mostrou-se organizado, mas menos dotado tecnicamente que o Sp. Braga. Ainda assim, no cômputo das duas mãos os argumentos da equipa de Didier Tholot foram suficientes para fazer a eliminatória resistir até ao último fôlego.

Josué, de grande penalidade, e Stojiljkovic, anularam os dois golos apontados pelo grego Gekas, não deixando, dessa forma, cair a vantagem conseguida pela equipa portuguesa no primeiro jogo disputado na Suiça. Numa fase crucial da época, mesmo com dificuldades, os arsenalistas somaram o 12º jogo consecutivo sem perder e seguem em todas frentes.

Gekas igualou num quarto de hora

O primeiro aviso à Pedreira foi feito com um toque habilidoso de Gekas logo aos 16 minutos. Perante a dificuldades arsenalista em instalar-se no meio campo adversário com perigo, como habitualmente faz, os suíços mostraram serviço sem ter demonstrado credenciais no primeiro quarto de hora.

Certo é que depois de uma aceleração com um passe a rasgar de Carlitos, Assifuah cruzou para o interior da área e o grego Gekas correspondeu com um toque de calcanhar em antecipação à defesa arsenalista, fazendo Matheus ir pela primeira vez ao fundo das redes.

A resposta do Sp. Braga chegou quase à meia hora da marca dos onze metros. Liran Liany descortinou uma falta de Assifuah sobre Hassan no interior da área permitindo a Josué estrear-se a marcar com a camisola arsenalista, repondo dessa forma alguma justiça no marcador.

A igualdade no encontro durou apenas dois minutos, uma vez que Gekas desfez o empate no jogo para igualar a eliminatória. Aos 29 minutos, o Sion tinha um desempenho notável, igualando de forma quase que impensável a eliminatória. Lance confuso na área, Matheus faz uma primeira defesa, mas o grego apareceu de forma oportuna para bisar.

Stojiljkovic resolveu

A Pedreira desconfiou, tal como Fonseca tinha perspetivado em conferência de imprensa. Das bancadas ressoaram alguns assobios inquietantes a desgastar psicologicamente uma equipa que já leva muitos jogos nas pernas.

Depois do período de descanso Stojiljkovic recolocou novamente os arsenalistas em vantagem. Entrada forte do Sp. Braga, a correr atrás de nova vantagem como que se sentindo incomodado com a desvantagem no marcador. Stojiljkovic rematou de primeira a passe de Rafa aos 49 minutos voltando a por a equipa portuguesa na frente da eliminatória.

O jogo partiu-se por completo com o golo bracarense. Os dois golos sofridos expunham o Sp. Braga que perdeu a supremacia em termos de golos fora e novo golo poderia decidir de vez a eliminatória. Jogou-se, por isso, com cautelas no segundo tempo. Muitas vezes com mais coração do que cabeça de parte a parte.

Já para lá dos noventa, nos descontos, Ruefli atirou a bola com estrondo à baliza de Matheus. Último lance de registo do encontro, a acelerar os corações bracarenses antes do apito final e dos consequentes festejos.

O Sion é apenas a quinta equipa da temporada a sair de Braga sem ser vergado por uma derrota, o que por si só já é de salientar e demonstra o poderio do conjunto de Paulo Fonseca. Os Guerreiros seguem para os oitavos, continuam em todas as frentes e demonstraram mais uma vicissitude. Sabe sofrer. Para já há direito a festejos, mas contidos, dentro de dias há mais na Liga.