Na Áustria apareceu um Benfica de cara lavada. Depois da derrota frente ao Sheffield Wednesday, os encarnados apresentaram-se diante do Wolfsburgo com outra atitude, e deixando boas indicações para a nova época.

Não é certo que as cinco alterações efetuadas por Rui Vitória tenham tido influência, mas a equipa apareceu mais solta, mais concentrada, com os processos bem assimilados. Um Benfica diferente, perante uma equipa obrigatoriamente diferente também da inglesa, com um jogo mais aberto.

André Almeida, Lisandro, Pizzi, Gonçalo Guedes e Mitroglou foram chamados à titularidade e muito do que se passou na primeira parte passou invariavelmente por eles.

Destaque, contudo, para três nomes.

André Horta voltou a figurar nos titulares e desta vez mostrou argumentos que justificam a aposta, muito bem na pressão logo na primeira linha e inteligente com a bola nos pés. Falta por vezes um pouco de calma na definição dos lances mas tem uns pés que deixam antever coisas muito boas. Um reforço que nem parece reforço.

Com Fejsa ao lado então, é uma combinação que pode dar frutos. Quanto ao sérvio nada a dizer, a não ser impecável.

Grimaldo continua a aproveitar a ausência de Eliseu para conquistar o seu espaço, voltando a apresentar-se a bom nível, melhor contudo ofensivamente do que na defesa.

FILME DO JOGO

Apesar do domínio inicial dos encarnados foram os alemães a criar a primeira ocasião de perigo. E que ocasião. A defesa ficou a pedir fora de jogo e Bas Dost, na cara de Paulo Lopes, obrigou o guardião encarnado a uma defesa de recurso.

O Benfica respondeu de imediato, por intermédio de Mitroglou, num belo lance de combinação ofensiva das águias. O grego haveria de tentar mais um par de vezes, até de forma acrobática, mas a bola não entrou e o jogo foi para o intervalo com um nulo no marcador.

Regresso das estrelas e dos golos

Na segunda parte Rui Vitória lançou Júlio César para a baliza, naquele que foi o regresso do brasileiro à competição, ainda que já tivesse defrontado o Port Vale em encontro à porta fechada.

Salvio, recém-entrado, foi o primeiro a visar a baliza germânica, após uma boa combinação com Nélson Semedo. Haveria de ser o pronúncio para o que se iria passar minutos depois.

Antes, outro regresso, o de Lindelöf. O central sueco esteve ao serviço da seleção no Euro 2016 e cumpriu os primeiros minutos na nova época.

Aos 63 minutos o Benfica chegou ao golo. Um passe magistral de André Horta foi teleguiado para Gonçalo Guedes, o avançado dominou, avançou para a baliza e fez a assistência para Mitroglou. Simples e eficaz a forma como a águia chegou ao primeiro da partida.

O grego saiu logo de seguida, naquele que foi outro dos momentos altos do encontro, em troca com Raúl Jiménez. O mexicano regressou juntamente com Jonas, para gáudio dos adeptos presentes nas bancadas.

O artilheiro da época passada não tardou em fazer o gosto ao pé. Primeiro assistiu de perto a uma brilhante jogada de Grimaldo que, não fosse alguma dose de egoísmo, até podia ter resultado num golo seu.

Ainda assim, já em período de descontos, Jonas estabeleceu o resultado final em 2-0. Numa primeira instância, o brasileiro até assistiu Raúl Jiménez para o golo. O mexicano permitiu a defesa do guardião germânico, mas a bola sobrou para Jonas, que não perdoou.

Vitória justa do Benfica, naquele que foi de longe o jogo mais conseguido nesta pré-época. O tricampeão apresenta processos bem assimilados, sobretudo defensivamente, mas também com combinações muito bem conseguidas na frente.

Tudo junto e dá uma equipa que parece bem afinada para a nova época. As várias caras novas já têm assimilados os processos de jogo, coletivamente percebem aquilo que Rui Vitória pretende deles. Aparenta até ser uma equipa madura, pese embora a juventude.

Um Benfica bem oleado que regressa agora Portugal para disputar a Eusébio Cup, na quarta-feira, frente ao Torino.

Assim promete.