O assessor do Gabinete do Procurador Geral de República entende que o estatuto de utilidade desportiva da Federação Portuguesa de Futebol deveria ser suspenso. Segundo José Manuel Meirim, a decisão justificava-se devido à recente polémica em torno da nandrolona.

«Penso que o ministro do Desporto, seja ele qual for, não vai tomar uma atitude deste tipo. Não acredito que o Estado vá tomar qualquer medida desse tipo, sobretudo quando se aproxima uma competição como o Campeonato Mundial de Futebol », disse Meirim à Lusa.

A Comissão Disciplinar da Liga absolveu no mês passado dois atletas que acusaram resultados positivos, alegando dúvidas a nível científico. Na semana transacta, o Conselho Nacional Anti-Dopagem (CNAD) anunciou que vai solicitar ao Instituto Nacional do Desporto (IND) a instauração de um inquérito à FPF sobre o seu desempenho na luta contra o doping, além de apresentar uma exposição à UEFA e FIFA sobre o caso.

A suspensão do estatuto de utilidade pública desportiva implicaria o retirar os apoios financeiros do Estado. Meirim revelou que a FPF recebeu em 2000 cerca de 1,5 milhões de contos, em verbas directas e indirectas.