Uruguai e Rússia apurados para os oitavos. Da luta pela liderança no grupo A, um dos possíveis adversários de Portugal, em caso de apuramento. As certezas à partida.

E outra à chegada.

Se a seleção nacional vencer o grupo B, vai defrontar o anfitrião. Fica em segundo, encara um Uruguai invicto na fase de grupos, de poder vincado no fecho desta, após vitórias tangenciais ante Egito e Arábia Saudita.

Esta tarde, em Samara, o triunfo por 3-0 ante a Rússia mostrou um Uruguai robusto e eficaz, confortável e experiente. Adjetivos aos pares na construção da vitória, nove pontos e superioridade atestada antes do mata-mata.

Pela frente, um dos melhores ataques desafiava uma das melhores defesas. A Rússia, com os mesmos oito golos da Bélgica e Inglaterra, encarava a única sem sofrer golos, a par da Croácia. E tinha vantagem pela liderança na diferença de golos. 

Alguém podia quebrar e foi a Rússia, por mérito do Uruguai. A poupar unidades já de olho nos «oitavos», Cherchesov deixou no banco os laterais Zhirkov e Mario Fernandes e o talentoso Golovin.

E sofreu com a mudança, perante um Uruguai a palpar o meio campo aos da casa cedo. Letal nas duas primeiras bolas à baliza russa.

Da pontaria ao contributo alheio, o Uruguai fez, em 13 minutos, o que tinha feito nos dois jogos anteriores: dois golos. E deixou a Rússia à deriva. Luis Suárez foi o primeiro, num livre direto rasteiro pelo lado da barreira (10m). Mais tarde, aos 23’, o remate de Laxalt nem ia à baliza, mas contou com desvio em Cheryshev a trair Akinfeev.

FICHA E FILME DO JOGO

Pela primeira vez em desvantagem no Mundial, a Rússia valeu-se de Dzyuba e Cheryshev para criar perigo. Não chegou. Alexei Miranchuk foi miragem. Pelo meio dos golos, Muslera negou o empate a Cheryshev.

Única ocasião dos russos numa primeira parte apagada, em que Bentancur esteve perto do 3-0: negou-o Akinfeev. E se os dois golos não bastavam, a expulsão de Smolnikov, por acumulação, complicou mais (36m).

Perante isto, o Uruguai foi mera gestão no segundo tempo. Com os possantes Coates e Godín na defesa, Caceres e Laxalt a fechar nos corredores e um meio campo compacto, não é de desconfiar que o sul-americanos fechem o grupo sem sofrer.

A Rússia tentou em lances de bola parada, mas foi quase uma nulidade. O melhor surgiu do recém-entrado Smolov, a cinco minutos dos 90, numa jogada individual evitada por Muslera.

Do outro lado, conforto, gestão de esforço a pensar nos «oitavos» e ocasiões até ao terceiro. Não surgiu num contra-ataque de Suárez e Cavani. Nem de uma «bomba» de Cristian Rodríguez negada por Akinfeev.

Foi depois, em cima do minuto 90, num desvio de um Cavani oportuno após impulsão de cabeça impressionante de Godín perante Dzyuba.

Fim díspar após garantido o objetivo comum.