Um ponto rico para a Costa Rica. Um apuramento saboroso para a Suíça, só sem liderança. Helvéticos e «Los Ticos» deram espetáculo, sobretudo na primeira parte, mas foi na segunda que apareceram três dos quatro golos do empate (2-2).

Já eliminada à partida, a Costa Rica trouxe entusiasmo do relvado às bancadas. Sentiu-se, por exemplo, a emoção coletiva no 1-1: era o primeiro golo no Mundial. A Suíça, só de si dependente, nem precisava de olhar para o Brasil-Sérvia. Muito menos precisou com os golos canarinhos. Apenas custavam a qualificação como líder.

Os helvéticos foram baixando o ritmo perto do fim, sem acelerar e arriscar. Estiveram perto de uma vitória que escapou na compensação. E escapam também Schar e Lichtsteiner para os «oitavos» ante a Suécia: não evitaram novo cartão amarelo. Com Joel Campbell pela frente, aquela defesa teve trabalhos sérios.

Se a potência e talento de Shaquiri animaram o jogo a abrir, rapidamente a Costa Rica mostrou produção imensa em pouco tempo. Quatro ocasiões em quatro minutos. Espetáculo na mira.

Minuto seis, Campbell fez voar Sommer, que assinou uma das defesas do Mundial ao negar o golo de cabeça a Borges: palmada na bola que ainda beijou o poste. Depois, Colindres a rasar a baliza e a levar bola ao ferro.

Fiel ao desdobrado 3x4x3 em 5x4x1 na missão defensiva, a Costa Rica foi afastando a Suíça para longe da sua área e incomodava na outra. Sommer voltou a brilhar a remate de Oviedo (20m).

Sem muito fazer, os helvéticos foram para o descanso a vencer. Obra com início no centro, em Shaquiri. E fim num remate de Dzemaili na área, a fuzilar a baliza. Minuto 31.

A Suíça só acordou com o golo para justificar a vantagem. Mais equilíbrio, sem grandes riscos. Mas a retrair uma Costa Rica mais ansiosa.

FICHA E FILME DO JOGO

Ânsia com fim ao minuto 56. Waston, estreia absoluta em Mundiais, leva uma história para contar deste 27 de junho. Cabeça no coração da área a canto de Campbell e 1-1 no marcador. Primeiro festejo «tico» na Rússia.

As entradas de Zakaria e Drmic – pelo meio, o Brasil fazia 2-0 ante a Sérvia – refrescaram um ataque sonolento da Suíça. Aposta dupla em cheio para novo golo. Dez minutos após cabecear à trave, Drmic concluiu jogada com geometria idêntica ao 1-0 e fez o 2-1 com o pé direito, a cruzamento de Zakaria.

Faltavam dois minutos para os 90. Mas mais para contar. Turpin ainda reverteu um penálti para a Costa Rica, assinalado na compensação. Joel Campbell – que raça – foi travado por Zakaria na área e Bryan Ruiz, com a ajuda da trave e o azar de Sommer, fez o 2-2 final. O guardião deu nas vistas na baliza, mas acabou traído por uma bola final nas costas.

De um lado o apuramento. Um chocolate suíço. Do outro, um ponto rico. Mais que nada. Após uma vitória para cada lado, primeiro empate ao terceiro encontro na história. Partilha, no fundo.