Cabral descobriu esta época uma nova vocação: defesa direito. A mudança de flanco transformou-o num dos mais destacados elementos do Belenenses versão Marinho Peres. Aos 28 anos, tudo indica que esta será a afirmação de um novo valor do futebol português. 

Bons cruzamentos, segurança a defender, entrega aos jogos. É com este perfil que Cabral tem ajudado o Belenenses neste início de temporada. O jogador nem esperava que tudo sucedesse tão rapidamente. «Entraram muitos jogadores novos no grupo, o treinador trouxe uma filosofia diferente a que tivemos de nos adaptar, por isso, sinceramente, não esperava que conseguissemos resultados tão depressa», disse ao Maisfutebol. 

Para Cabral a chegada de Marinho Peres significou a mudança da esquerda para a direita. Não foi por isso que se atrapalhou. «É verdade que sempre joguei do lado esquerdo, mas a adaptação ao lado direito tem sido excelente, até porque tenho tido muita aplicação e facilidade em jogar com os dois pés», salienta. 

Na Amadora o Belenenses venceu e conseguiu excelente exibição. Cabral enaltece «o trabalho de toda a equipa» e a boa adaptação «às ideias do treinador». Foi, recorda, «um daqueles jogos em que tudo sai bem». 

A jogar tanto, pensará Cabral na saída para um «grande»? Sim e... não. «Estou satisfeito por jogar no Belenenses, tenho subido degrau a degrau e isso deixa-me satisfeito, mas sou ambicioso e estou preparado para novos desafios, caso eles surjam». 

Depois do bom início de prova, as próximas jornadas prometem dificuldades: o Belenenses recebe o Boavista e vai à Luz. Cabral não se atrapalha. «Os resultados têm sido alcançados de forma categórica, jogando bom futebol, espero que a equipa consiga manter esse caminho, exigindo cada vez mais de si própria». 

Cabral nasceu em Angola, antes do 25 de Abril de 1974, o que lhe confere o estatuto de dupla nacionalidade. Como nunca jogou pela selecção angolana, já lhe passou pela cabeça vestir um dia a camisola das quinas. Quem sabe...