Miguel Simão é talvez um dos nomes mais sonantes do Moreirense. Passou pelo Salgueiros, depois de se ter formado nas camadas jovens do Boavista, também alinhou no estrangeiro, nomeadamente na Escócia e no Japão. É dos poucos com passagens afirmadas na I Liga, ao contrário da grande fatia do plantel, que nunca sentiu a sensação de disputar uma prova no escalão maior do futebol português.

«Agradou-me o projecto em si. Tinha clubes ingleses e escoceses interessados, mas preferi ficar em Portugal por causa da minha família», disse ao Maisfutebol. Por isso, escolheu a vila de Moreira de Cónegos como o seu destino. «Foi uma aposta minha, confesso». E acabou por dar frutos. «Uma subida é sempre um marco e este feito ficará para sempre comigo. É dos momentos mais altos da minha carreira, porque alcançámos um objectivo que ninguém esperava. Ninguém nos apontava como favoritos», reconheceu.

A entrada no campeonato não foi das mais positivas. Nas quatro primeiras jornadas, apenas somaram um ponto. Os concorrentes já os vivam como um possível candidato à descida. Depois, deu-se uma recuperação notável e à 20.ª ronda os lugares cimeiros passaram a ser uma realidade. «Queríamos alcançar a manutenção o mais rapidamente possível. No início, ninguém acreditava na nossa equipa, mas as coisas começaram a correr bem», adiantou Miguel Simão.

Quando ninguém esperava, o Moreirense disparou. Quase imparável. «O nosso segredo foi encarar os jogos sempre um de cada vez. Quando vencemos ao Campomaiorense [n.r. 24.ª jornada] foi o ponto de viragem. Tivemos sempre uma atitude positiva nos jogos decisivos. A partir daí, começámos a acreditar e ganhámos no terreno do Leça e do Lamas. Foram jogos decisivos», explicou o influente médio que irá mudar de ares na próxima temporada. Se calhar, para uma nova aventura no estrangeiro. «Tenho propostas de fora, vamos ver...»