A nandrolona ataca no futebol português, depois de se terem registado casos polémicos em vários países europeus, um dos quais envolvendo o internacional português Fernando Couto, da Lazio de Roma. 

A imprensa deste sábado destaca o problema e noticia o facto de a Federação Portuguesa de Futebol ter «congelado» eventuais suspensões aos jogadores apanhados nos controlos anti-doping até à realização de uma reunião técnico-científica sobre a matéria. 

Ronaldo (ex-Benfica, actualmente no Besiktas da Turquia), Marco Almeida (Campomaiorense/Alverca), Laelson (Campomaiorense/Guimarães) e Paulo Pereira (Ovarense/Camacha) escapam, para já, à suspensão - que à luz da lei seria imediata - depois de terem acusado excesso daquela substância no organismo em controlos anti-doping efectuados na época passada. 

O Instituto Nacional do Desporto propôs a reunião de especialistas para o mês de Outubro. Nela deverão participar representantes do CNAD (Conselho Nacional Anti-Dopagem), da Federação, da Liga e dos médicos de clubes de todas as divisões nacionais. 

A polémica em torno do assunto é grande, como se comprovou nos casos «italianos» de Fernando Couto e Davids, entre outros, e os órgãos que tutelam o futebol português não querem arriscar passos em falso. Até porque o nível de nandrolona permitido está a ser objecto de acesa discussão um pouco por toda a Europa. 

Esta substância, que age com «anabolisante e cicatrizante» e «estimula a massa muscular» - segundo explicação do jornal Record - é produzida pelo próprio organismo humano e cada vez surgem mais teorias a defender que vários produtos comercializados de forma normal podem facilmente fazer subir os níveis acima do limite. 

Luís Horta, director dos Serviços de Medicina Desportiva, ainda ontem (sexta-feira) deu conta disso mesmo, ilustrando a ideia com o exemplo de alguns suplementos nutricionais que fazem parte da dieta habitual de um atleta. 

Este responsável revelou ainda que há cerca de duas dezenas de casos de futebolistas cujas análises revelaram níveis muito próximos do máximo permitido. 

Além dos quatro casos de excesso de nandrolona, há mais jogadores a braços com problemas de doping: Rui Lima (Aves/Boavista) está suspenso preventivamente por ter acusado lidocaína e Lino (Chaves) foi punido com pena de seis meses de afastamento pela Comissão Disciplinar da Liga. A substância revelada pelas análises anti-doping ao jogador flaviense não reúne consenso nos jornais: A Bola fala de cafeína, o Record de cocaína...