Mora é um aventureiro por definição. Gosta de conhecer e quer conhecer. Ama o futebol como jogo e ama o futebol como uma janela para o mundo que Mora diz que é. Sente-se por isso um privilegiado. «Tinha muitas metas na minha cabeça, já conquistei algumas mas ainda tenho muitas mais para alcançar». Quer experimentar Inglaterra, Itália, França. «Tenho uma mentalidade muito aberta. Gosto de fazer amigos novos, conhecer outras mentalidades. A aventura não é jogar no Rio Ave, é tudo, é jogar futebol, é jogar noutro país, é conhecer outros mundos. Quando deixar o futebol quero ter coisas que contar aos meus filhos».

Esse desejo de viver levou-o ao outro lado do futebol. Quando exactamente, não se lembra. Provavelmente desde pequeno. «Não sei de onde me vem este sentido de aventura. É uma questão de educação. Sou uma pessoa com uma mentalidade muito aberta, e sei que pensar 365 dias por ano em futebol é muito chato. Tens de ter outros horizontes No futebol perde-se hoje e ganha-se amanhã. Não tens de viver sempre debaixo de uma grande pressão. Esta semana, por exemplo, vamos jogar com o Benfica, é um jogo importante e toda a gente está concentrada no jogo. Isso cansa. Eu gosto de me distrair».

Gosta de passear com a mulher com quem escolheu partilhar a vida. De conhecer. De respirar. «Tive a sorte de casar com uma mulher que pensa muito como eu. Levamos doze anos juntos e continuamos a querer o mesmo que queríamos quando nos conhecemos». Se haverá um pouco de loucura? Não necessariamente. «Um guarda-redes tens de ser um pouco louco. Pela própria função que desempenha. Às vezes está noventa minutos sem tocar na bola. Isolado, Não é um posto igual aos outros. Mas o Zubizarreta foi um dos melhores guarda-redes e não era nada maluco».