Há uma semana, o Benfica descobriu-se sem companhia no topo. Agora, viu aumentar de dois para quatro pontos a distância que o separa dos perseguidores. Um mantém-se: é o FC Porto, que somou em Alvalade o terceiro empate consecutivo e – mais pela forma do que pelo desfecho – acentuou as interrogações que tinham começado a manifestar-se após o nulo com o Boavista. O outro é novidade: o Marítimo, de Leonel Pontes, vai justificando o rótulo de sensação neste arranque de temporada, mais ainda depois de desalojar o Vitória de Guimarães do pódio, à custa de uma imprevista goleada (4-0) que teve o médio Fransérgio como protagonista.

A figura da jornada

A ronda arrancou com o segundo clássico da temporada – e novamente com desfecho de 1-1, como o dérbi de Lisboa, a confirmar que este Sporting joga cada vez mais de olhos nos olhos com os rivais históricos. No dia seguinte, o Benfica não desperdiçou a oportunidade de capitalizar com o impasse alheio, repetindo guiões já vistos para somar a quinta vitória, terceira consecutiva (3-2): primeiro, voltou a ter Talisca – que divide com Jackson a liderança nos marcadores - como protagonista de golos vistosos nos minutos iniciais, como já tinha acontecido no Bonfim. Depois, perante dificuldades inesperadas, beneficiou, tal como diante do Moreirense, da expulsão de um adversário, o estreante Cabrera, para voltar à mó de cima – o jogo foi decidido com o segundo golo consecutivo de Lima, que em pezinhos de lã, por entre as críticas e reticências, vai dando pequenos pontapés na crise.

O momento da jornada

Se nas contas entre grandes o Benfica saiu claramente a ganhar, esta sexta jornada serviu também para começar a cavar diferenças entre os que apontam à Liga dos Campeões e os que passam por lá de forma mais efémera. Primeiro foi o Rio Ave a perder o comboio, sofrendo uma derrota clara em Braga (3-0), onde a equipa de Sérgio Conceição explicou a consistência das suas ambições europeias antes de uma visita ao Dragão que se anuncia muito exigente. Depois, a já referida goleada do Vitória de Guimarães na Madeira, a fazer com que a equipa de Rui Vitória saísse do pódio.

A frase da jornada

Finalmente, a encerrar a ronda, foi o Belenenses quem desperdiçou, na Mata Real, perante um sólido Paços de Ferreira (2-0), a possibilidade de terminar a ronda isolado no segundo lugar, mantendo-se ainda assim na companhia ilustre dos europeus Sporting e Rio Ave.

A equipa da jornada

A jornada trouxe ainda um novo máximo de golos (24) e duas estreias: a primeira vitória da Académica (1-0 em Arouca) e os primeiros golos de produção própria do Boavista, que com os 3-2 ao Gil Vicente pulou para a zona tranquila da tabela e deixou de ter o pior ataque da Liga. Esse estatuto vai para Penafiel e Moreirense, as duas equipas que protagonizaram o único nulo da ronda, na estreia de Rui Quinta como técnico dos penafidelenses. Um empate que não deu para descolar da zona de descida, à frente do Gil Vicente e a par do Nacional, que foi ao Bonfim colecionar mais um desgosto (2-0). E vão seis desaires em oito jogos. «Há coisas que no futebol não têm grande explicação», disse Manuel Machado antes de lembrar o óbvio: «Não é como começa, é como acaba». Nisso - do primeiro ao último, da Luz a Barcelos, de Jesus a José Mota - todos devem estar de acordo.