O euro vai arrancar em força não só em Portugal, mas em mais onze países da União Europeia, substituindo outras dez moedas, que deixam o seu legado histórico. Para além do escudo, deixam de existir o Marco, o Xelim, o Franco belga e luxemburguês, a peseta, a Markka, o franco francês, o Dracma, o Florim, a libra irlandesa e a lira. 

Na Alemanha diz-se adeus ao Marco, criado três anos depois do final da II Guerra Mundial (1948), num plano delineado pelos aliados Estados Unidos, Inglaterra e França. Após o período de recuperação da economia e reunificação das duas alemanhas, tornou-se uma das moedas mais fortes na Europa. 

Com a libra inglesa fora da zona euro, para já, o franco é o outro grande peso pesado a desaparecer. Nasceu em 1360, mas foi suspenso várias vezes. Resistiu sempre e sofreu a última grande modificação em 1958, quando de Gaulle transformou os francos antigos em novos. 

Na Bélgica e no Luxemburgo surgiu um franco unificador, com a assinatura de um Tratado de União Económica, em 1921. O franco belga passa a ser utilizado, desde essa altura, pelos dois países. O Benelux fica novamente unido com o desaparecimento do florim holandês, em circulação desde a Idade Média (séc. XIII). 

Mais antigo do que o florim só o dracma, proveniente do século VI a.C. Aquela que é considerada a mãe de todas as moedas desapareceu na Grécia durante quase mil anos, mas regressou com o Estado Moderno, em 1827. 

O século XIX foi profícuo na criação das moedas agora conhecidas. A Lira aparece em 1817, mas só no dealbar do século é que é criado a Banca d¿Itália. A moeda desaparece em Itália, com a introdução do euro, mas na Turquia, Chipre, Malta e Israel vai continuar a falar-se em liras. Após alguma indecisão, a Finlândia cria a sua própria moeda em 1960, cunhando a Markka; em 1868 surge a peseta, com o ajustamento dos espanhóis à União Monetária Latina. 

Os países que talvez irão sofrer menos com a substituição de moeda serão a Áustria e a Irlanda, pois o seus xelins e libras foram criadas já em pleno séc. XX e com apenas um ano de diferença. Com a independência do Reino Unido, em 1923, os irlandeses criaram a sua moeda, embora com a mesma designação da congénere estrelina ¿ embora também seja carinhosamente designada por punt. Um ano depois, na Áustria, surgia o xelim. Com a anexação alemã, na II Guerra Mundial, adoptou-se o reichmach, mas o xelim foi reimplantado em 45.