Ao longo dos mais de oitocentos anos de História, Portugal conheceu apenas quatro unidades monetárias: o dinheiro, o real (réis), o escudo e, agora, o euro. 

As primeiras moedas portuguesas terão sido mandadas cunhar ainda por D. Afonso Henriques. Pequenos exemplares metálicos produzidos a partir de uma liga de cobre e prata (bolhão) e que exibiam a Cruz de Cristo. Nessa altura a troca directa ainda era o principal meio utilizado no comércio. 

O dinheiro, enquanto unidade monetária, desaparece no final da primeira dinastia, sendo substituído pelo real. Com a dinastia de Avis inicia-se um ciclo de expansão que proporciona a entrada de grandes remessas de ouro e prata no país. Neste período são cunhadas inúmeras moedas nos dois metais. Segue-se a crise do Império, a perda de soberania para Espanha e a Restauração. 

Passados três séculos, surge o Banco de Portugal (1846), que apenas 41 anos depois passa a ser o único banco emissor de moeda portuguesa, o real. Pouco tempo depois, em 1910, com a implantação da República, o sistema monetário é substituído para o escudo, mas as primeiras notas só começam a circular quatro anos depois. 

Tal como vai acontecer até final de Fevereiro, também nessa altura os portugueses tiveram de habituar-se à dupla circulação da moeda. A taxa de conversão era de um escudo vale mil réis. 

Palavras como os «contos» ou os «paus» desaparecerão progressivamente do vocabulário português a partir de 1 de Janeiro, tal como no início do século XX, monárquicos e republicanos viram-se obrigados a esquecer os réis. À parte o vocabulário, o dinheiro continuará sempre nas bocas do Mundo.