O país do futebol fartou-se de sofrer para ver a sua selecção entre os participantes no campeonato do Mundo de 2002. Erros e mais erros, mudanças constantes de treinador e nada mais nada menos do que 62 jogadores utilizados durante toda a fase de apuramento. O Brasil parecia estar a enlouquecer. 

A tortuosa caminhada começou com o revolucionário Wanderley Luxemburgo. Cheio de ideias, mas com a disciplina à frente de todas, Luxa foi traído pelos maus resultados e resistiu oito jogos. O seus sucessores foram piores emendas do que o soneto. Candinho foi uma solução interina para um jogo e Emerson Leão, que vinha cheio de esperanças, não ultrapassou o terceiro encontro. 

Fartos de treinadores de recurso, os dirigentes da CBF resolveram abrir os cordões à bolsa e foram buscar Luiz Felipe Scollari ao Cruzeiro, depois de já ter sido cobiçado por clubes como F.C. Porto e Barcelona. Felipão impôs agressividade a um estilo de futebol artístico. Em seis jogos contribuiu para a extensa lista de jogadores convocados, mas acabou por salvar o nome do país, levando o escrete ao Mundial. Só não se percebe como é que jogadores como Ewerthon, Washington, Gilberto, Tinga ou Leomar, entre muitos outros, foram internacionais. Diz-se que tudo se deveu à necessidade de alguns clubes em transferirem atletas para a Europa...