Feitas as contas, Yannick leva 24 anos no futebol, desde que começou no modesto Saint Emillion. Por lá cresceu e se fez guarda-redes e é dessa região, «que tem os melhores vinhos do Mundo», que conta histórias de um começo com altos e baixos. 

Perder por 1-10 no primeiro dia à frente da baliza não é grande incentivo, ainda mais quando se tem apenas 10 anos e se está à frente das malhas apenas para substituir o outro, o guarda-redes que devia ter vindo, mas nunca apareceu. Nessa altura, o incentivo do pai, que sempre o apoiou, voltou a ser determinante. «Não faz mal. Continua», disse-lhe o pai, conta o guarda-redes que agora actua na I Liga portuguesa. Nunca mais esqueceu a frase. 

Ainda hoje diz que, não fosse o acaso ter conspirado para o pôr na baliza, podia não estar no Alverca. «Se o outro guarda-redes tivesse vindo e eu não estivesse doente (foi também por isso que o treinador o chamou para o lugar), se calhar não estava aqui», confessa. 

Na caminhada até ao momento actual, Yannick não esquece também a época de 1996/1997 pelo Bordéus, altura em que o clube marca presença na final na Taça da Liga, frente ao Estrasburgo. Yannick sente a alegria de estar na final, mas prova pouco depois o desgosto de perder, graças às grandes penalidades. E o desaire fica-lhe na memória como o jogo em que mais perto esteve de conquistar um título... demasiado perto para esquecer. 

Em Portugal, o guarda-redes destaca, sobretudo, a vitória do Alverca sobre o Sporting por 1-0 na casa dos «leões», na 3ª jornada do campeonato. Foi no dia 25 de Agosto deste ano, num jogo marcado pelo golo de Zarate e pela exibição de Yannick, a merecer, mais uma vez, aplausos. No entender do guardião, esse foi apenas um sinal de que a época vai correr de feição ao conjunto ribatejano.