Atendendo apenas ao tempo de utilização de cada jogador, o Benfica de Mourinho teria a seguinte constituição: Enke; Rojas, Meira, Ronaldo e Diogo Luís; Chano e Calado; Poborsky; Carlitos, Van Hooijdonk e Maniche. É bem um sintoma das sucessivas turbulências no futebol encarnado dos últimos dois meses que estes onze jogadores nunca tenha alinhado simultaneamente... 

Aliás, os vários acidentes de percurso fazem com que Mourinho nunca tenha repetido um «onze» inicial nos dez jogos que já orientou. No entanto, nos dois últimos - Guimarães e Campo Maior - a ideia de continuidade é flagrante: só mudou o ponta-de-lança, por força da lesão de João Tomás (que por sua vez fôra titular em Guimarães devido ao impedimento de Van Hooijdonk). 

Além disso, Mourinho apresentou o mesmo quarteto defensivo (Dudic-Meira-Marchena-Diogo Luís) nos últimos três jogos, por contraste com as sete soluções diferentes que ensaiara nos encontros anteriores. 

Os indícios de progressiva estabilização da equipa estão aí, embora os regressos de Poborsky, Sabry e, a curto prazo, Ronaldo e Paulo Madeira, possam vir a implicar novos jogos de equilíbrio. Já para não falar da incógnita em redor da coabitação entre Vilarinho e Mourinho, cuja relação está agora bem mais desgastada do que há um mês.  

Acima de todos estes factores será o desfecho do Benfica-Sporting a condicionar, sem dúvida, os passos seguintes do futebol encarnado. À pergunta inevitável («poderia ter sido melhor, dadas as circunstâncias?») a força do derby responderá de forma mais significativa do que todos estes indicadores. 

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