Nos dois anos que Dudic passou na Luz, o Benfica teve quatro treinadores. O lateral-direito não hesita quando o Maisfutebol lhe pede para apontar o que mais o impressionou: «Mourinho, é sem dúvida o melhor». Não é que o defesa-direito jugoslavo tenha jogado mais com o actual treinador do F.C.Porto do que fez com Heynckes, antes, ou Toni, depois. Dudic fala sim da relação com os jogadores e do que Mourinho conseguiu tirar da equipa.

«Tem grande qualidade, como treinador e como pessoa. Para além de ser um grande profissional, é amigo de todos os jogadores, está a par dos seus problemas. É um treinador que apresenta resultados e tem um grande futuro. Com Mourinho eu nem estava a jogar, mas dava-me muito bem com ele. Tal como falava comigo falava com todos e foi mau para o Benfica e para mim ele ter saído. Depois deste período a forma da equipa e a minha própria forma baixaram. Até aí o Benfica estava a jogar bem, tinha acabado de ganhar 3-0 ao Sporting e ele foi embora», recorda.

Lembrando os curtos meses em que José Mourinho esteve à frente dos encarnados, Ivan Dudic encontra outra explicação para o bom ambiente que se respirava na altura, com consequência na qualidade exibicional e nos resultados. «Tinha também na equipa técnica o Carlos Mozer, que fez uma grande carreira como jogador e era um amigo muito bom de todos.»

Sobre Heynckes, o treinador alemão que orientava a equipa quando Dudic chegou ao Benfica, os elogios são poupados. Para o jugoslavo, este foi vítima dos resultados. «Treinou grandes clubes europeus, tem uma forma moderna de trabalhar, mas os resultados foram difíceis para ele e foi logo embora.»

Toni foi o treinador responsável pela sua dispensa do plantel principal. Nota-se que Dudic não quer falar mal do seu antigo técnico, mas nas palavras percebe-se que o considera menos que os antecessores. «Não sei se Toni era treinador para aquele momento no Benfica. Quando saiu Mourinho houve apenas mudança de treinador, entraram Toni e Jesualdo Ferreira, e falei com vários jogadores que estavam divididos», conta. «Também estive lesionado nos últimos dois meses dessa época, o que afectou o meu comportamento.»

Ainda assim, Dudic confessa que foi «com surpresa» que recebeu a notícia de que não faria parte do plantel principal do Benfica na época seguinte, durante uma digressão aos Estados Unidos. «Disseram-me só que o plantel tinha muita gente, que era excessivo, e que o resto ia para a equipa B.»

Foi na equipa B que se aproximou de um dos grandes amigos que fez no Benfica: Paulo Madeira, que menciona juntamente com Drulovic, Zahovic e Sokota. «Foram pessoas que me ajudaram muito em momentos difíceis, não foram apenas colegas de profissão.»

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