Manuel Vilarinho considera que o estádio municipal é a melhor opção para o Benfica, mas não quer ceder a pressões e, caso não seja viável, o presidente do encarnados vai respeitar o compromisso com a UEFA e construir um estádio novo. Definitivamente afastada parece estar a hipótese de remodelação do Estádio da Luz.   
 
«Os últimos dias têm sido férteis na sucessão de pressões. O presidente do Benfica não despacha assuntos, resolve problemas no seu tempo e não no tempo dos outros», começou por dizer Manuel Vilarinho, referindo-se às recentes declarações do ministro José Lello, que tem pedido uma decisão definitiva quanto ao futuro estádio do Benfica. «Não merece a pena tentarem pressões por todos os meios, em várias frentes e bastidores. Sei para onde quero ir», acrescentou Vilarinho antes de direccionar as críticas para o ministro do Desporto.  
 
«Como se não bastassem os lobbies, agora também temos a Sua Excelência, o ministro do Desporto, a dizer, entre outras coisas, que era bom que o presidente do Benfica falasse, de uma vez por todas, e que só falasse ele para saber quem é que fala. Está a obrigar-me a responder na mesma moeda», introduziu Vilarinho, antes de tornar as críticas mais contundentes. «O Estado não tem dinheiro para tão grande projecto (organização do Euro-2004) e, porque não o tem, anda agora numa autêntica roda viva a pressionar os clubes, a começar pelo Benfica, para se endividarem até mais não em nome da nação».  
 
O presidente do Benfica deixou claro que o Benfica não pode assumir todos os custos do novo estádio porque, nesse caso, «hipotecaria em definitivo o futuro do clube» e passou em revista as várias opções em aberto.  
 
A começar pela remodelação do actual Estádio da Luz, hipótese, pelas palavras de Vilarinho, pouco viável. «O melhoramento do estádio, mera operação de cosmética, ou lifting, tão em voga nos dias que correm, só é discutível para cenário de circunstância, numa anunciada feira de vaidades».  
 
A segunda possibilidade, a construção de um novo estádio, «seria um bastião para o futuro que todos desejamos», considerou Vilarinho antes de recordar que «não decorreu ainda tempo bastante para obtermos a devida resposta a duas questões cruciais: o financiamento e a rentabilização do novo estádio». O finaciamento, a ser só da responsabilidade do Benfica, não é sustentável, no entanto, Vilarinho continua a defender que esta «opção é possível».  
 
A terceira hipótese, a do estádio municipal, parece ser a que agrada mais a Manuel Vilarinho. O presidente do Benfica referiu-se aos casos das cidades italianas de Milão e Roma, que têm estádios municipais que são utilizados por dois clubes, como bons exemplos. «Estou convencido que o Estádio municipal é a melhor opção para o futuro do Benfica», referiu o presidente dos «encarnados» com uma ressalva. «Se por falta de apoios não nos restarem alternativas, cumpriremos o compromisso assumido com a UEFA de partir para a construção de um novo estádio».  
 
Qualquer uma das possibilidades passará pela decisão dos sócios, numa Assembleia Geral, ainda sem dia marcado, a realizar no mês de Junho.