A FIFA declarou-se ontem «satisfeita» com as recomendações formuladas pela Cimeira da Feira, que encerrou a presidência portuguesa da União Europeia.  

Em comunicado, a Federação Internacional de Futebol informa que os chefes dos 15 governos europeus recomendaram à Comissão Europeia «que tenha em conta as características específicas do desporto na Europa e a sua função social». Uma resposta à Comissão Europeia, que defendeu medidas duras para acabar com as excepções no que diz respeito às transferências de jogadores. 

«Os esforços comuns da FIFA e da UEFA a favor do futebol e do desporto em geral foram recompensados. Este sinal positivo, vindo do mais alto nível da União Europeia, é encorajante», lê-se no comunicado da FIFA. 

A posição defendida pela Comissão Europeia vai precisamente no sentido de acabar com as excepções que persistem no desporto, por oposição com as restantes áreas laborais. Depois de o Tribunal de Justiça euorpeu ter liberalizado as transferências em final de contrato, no célebre acordão Bosman, agora a Comissão europeia defende também a liberalização para atletas cujos contratos estejam em vigor. 

A fazer fé no comunicado da FIFA, o Conselho dos ministros dos 15 procurou pôr «água na fervura», cedendo ao argumento que a FIFA e a UEFA usam desde sempre para tentar inverter os efeitos do acordão Bosman - o de que o desporto não é uma actividade económica como as outras e deve ter um regime específico.