Finalizada a partida no Estádio D. Afonso Henriques, Inácio frisava que o «pesadelo tinha acabado», realçando que o «público afecto ao Guimarães não merecia sofrer tanto». 

«Era um jogo de tudo ou nada para nós e só nos interessava ganhar», referiu o técnico, considerando que a sua equipa esteve «nervosa na primeira parte e o calor não ajudou a explicar tudo». Para Inácio, o Guimarães dispôs nos primeiros 45 minutos de «duas boas oportunidades de golo» mas como os seus jogadores não conseguiram bater Raul Iglésias, a «ansiedade e os nervos aumentaram», invalidando quaisquer veleidades.  

Na segunda parte, considerou que a sua equipa «entrou bem e as alterações resultaram. Marcámos um golo, mas voltámos a retrair-nos um pouco e acabámos em sofrimento, porque pensámos que podíamos sofrer um golo». No entanto, crê que «a vitória é inteiramente merecida», insistindo que a «direcção e sócios não mereciam passar por este sofrimento». Pessoalmente, constatou que esta tarde encerrou mais uma luta na sua carreira como técnico: «É a terceira vez que se resolve tudo na última jornada, mas pela frieza da minha experiência, esta situação não pode acontecer outra vez, porque o nome do Vitória a isso o obriga, mas o objectivo foi cumprido. Hoje senti-me campeão outra vez. Não tem a mesma expressão, mas sentimo-nos campeões, porque vi isto muito complicado».  

Inácio elogiou, de seguida, o apoio incondicional que sentiu de Pimenta Machado e Pedro Xavier. «Emocionei-me muito no final do encontro pela expectativa que os dois tinham em mim», estendendo a menção aos adeptos. «São fantásticos. Do oito ao oitenta. São daqueles que gostam ou não gostam!». 

«Hoje sou mais treinador», diz Manuel Balela na hora da saída 

Manuel Balela fez, em Guimarães, o último jogo como responsável técnico do Farense. Sobre a partida considerou que «o calor condicionou o nível competitivo e exibicional», apontando para alguns factos que considerou serem significantes: «Não viemos jogar contra ninguém, nem a favor de ninguém. Apresentámos a postura das 33 jornadas anteriores», registou.  

Para o técnico algarvio, «se é que houve alguma apreensão, ela ficou esclarecida na atitude e dignidade dos jogadores do Farense».Na hora da saída, Manuel Balela agradeceu a «gratidão de jogadores, equipa técnica e médica, sócios, familiares e amigos». «Muitas pessoas estavam ao meu lado e mais grato lhes fiquei», reiterou, acrescentando ter sido «gratificante a época passada no Farense», mostrando-se ainda «satisfeito pelo trabalho desenvolvido no clube do seu coração e da sua terra». Uma palavra de apreço para os jogadores que comandou e que conquistaram o 13.º lugar na tabela classificativa. «Foram os grandes obreiros», disse, destacando o «trabalho de equipa». Antes de se retirar o técnico frisou ter gostado de treinar o Farense e engrandecido o seu próprio desiderato: «Hoje sou mais treinador», observou.  

Sion não sabe se fica em Guimarães 

Foi o autor do único golo do Guimarães. «Um momento importante» considerou, com um largo sorrido de orelha a orelha. Com mais um ano de contrato, o avançado holandês assegurou que ainda não sabe o seu futuro. «Gostava de ficar no Guimarães, mas sinceramente ainda não sei se vou ficar». Sobre a má época que a equipa vitoriana fez neste campeonato, o ponta-de-lança vitoriano defendeu que «o Guimarães é um clube muito grande e merece muito mais». E lá partiu de férias, muito agraciado pelos adeptos que se encontravam nas imediações do estádio.