Sir Alexander Chapman Ferguson não está tão eficaz como no passado. Aos 62 anos e após ter conquistado 26 troféus em 17 anos ao serviço do Manchester United, algo começa a mudar, mas não no melhor sentido. Depois de tantos êxitos na década de 90, com equipas realmente avassaladoras, que o permitiram ajudar a consolidar o clube e transformá-lo no mais rico emblema de futebol do mundo, surge um momento em que existe o risco do grande Man United não vencer qualquer competição.

Contrastando com a época passada, em que conquistou o oitavo título em onze anos, esta temporada a equipa não tem conseguido lutar de igual para igual com o Arsenal, já foi eliminada da Taça da Liga e pode ficar pelo caminho na Liga dos Campeões, a competição apontada pelo manager como primordial. Resta-lhe a Taça de Inglaterra, onde permanece depois de ter eliminado o Fulham de Luís Boa Morte no passado fim-de-semana.

Alguns dedos têm acusado Ferguson de não estar a fazer a melhor gestão e de não conseguir aplicar da melhor forma o muito dinheiro que lhe é dado. O exemplo mais flagrante é a última abertura de mercado, em Janeiro, a qual só foi aproveitada para reforçar a frente de ataque com Saha, enquanto a defesa se apresentava muito fragilizada a partir do momento em que Rio Ferdinand foi punido, precisamente no início do ano, com oito meses de castigo depois de ter faltado a um controlo anti-doping.

Muitos golos sofridos

Ferguson já admitiu que falhou. «É verdade que tivemos a oportunidade de contratar um defesa, mas acabámos por não o fazer. Agora, resta-nos esperar por um recurso do caso de Ferdinand, embora saibamos que não vamos contar com ele durante pelo menos dois meses», referiu recentemente, não conseguindo disfarçar a má escolha.

O último jogo daquele que já foi considerado o melhor defesa-central do mundo aconteceu a 17 de Janeiro, frente ao Wolverhampton. A equipa perdeu por 1-0, fora, mas, desde aí as coisas não têm melhorado nada. Jogo sem sofrer golos só na Taça, frente ao secundário Northampton. Surgiram duas derrotas, com o «Boro» e o F.C. Porto, e vitórias à tangente. Com Southampton e Manchester City sofreram dois golos, enquanto o Everton foi um pouco mais longe, tendo marcado por três vezes. Fulham e Leeds só conseguiram um. Ou seja, em nove jogos, 15 golos sofridos, o que ultrapassa muito a média habitual.

Para esta terça-feira as coisas não melhoram. Roy Keane não joga (foi central no último jogo), Ferdinand muito menos e Silvestre será sempre uma dúvida. As alternativas são Wes Brown, Gary Neville, John O¿Shea ou mesmo Phill Neville, até porque é preciso encontrar alguém para o lado esquerdo depois de Fortune se ter lesionado. Em Manchester ninguém deixa de acusar o escocês da cara rosada.