Um dos delegados da Liga de clubes presente em Alvalade para o Sporting-F.C. Porto confirma no seu relatório que viu José Mourinho rasgar a camisola de Rui Jorge depois do encontro. Paulino Carvalho relata esse entre vários factos que considera dignos de relevância no clássico, num relatório a que Maisfutebol teve acesso. O relato é um dos documentos na posse da Liga, que instaurou já processo disciplinar a Mourinho.

O relato do incidente da camisola surge no ponto 4 da adenda ao relatório, datada de 1 de Fevereiro, o dia seguinte ao clássico. «O técnico José Mourinho, que já no desenrolar do flash interview se mostrava bastante nervoso, cerca de cinco minutos depois deste, quando o roupeiro do Sporting Paulinho se dirigiu aos balneários do Porto com a camisola nº 23 do Sporting para a trocar com um jogador do Porto que depois vim a saber ser Vítor Baía, foi interceptado no hall de acesso aos balneários pelo dito técnico, tirando-lhe a camisola e rasgando-a. Esta atitude de Mourinho deveu-se segundo ele à falta de fair play do jogador do Sporting Rui Jorge aquando da lesão de João Pinto.»

O delegado diz ainda que não ouviu Mourinho dizer que queria que Rui Jorge morresse, apenas o relato feito pelo director-executivo do Sporting: «Após esta situação foi-nos comunicado pelo administrador do Sporting Dr. José Eduardo Bettencourt que José Mourinho teria proferido as seguintes palavras: «Rui Jorge devia morrer em campo», porém esta frase não foi ouvida por mim.»

Um muro perigoso, petardos e moedas

Paulino Carvalho chama ainda a atenção para aqueles que considera serem problemas estruturais do estádio, nomeadamente tendo em conta a lesão de João Pinto, que caiu e embateu nos painéis publicitários: «No futuro deve ser levado em conta a perigosidade das escadas de acesso ao relvado que, em minha opinião, são demasiado perigosas. Além disso o muro que envolve o recinto de jogo, tem uma abertura de 4 a 5 metros no local onde se situam as ditas escadas sem qualquer protecção. Se tomarmos como exemplo o que se passou com João Pinto do outro lado, se tivesse acontecido perto desta abertura o jogador corria o risco de vir a ter uma situação muito grave, pois não havia, nem há, qualquer protecção que trave o deslizar do jogador.»

O delegado relata ainda o lançamento de três petardos pela claque do F.C. Porto «aparentemente sem provocar qualquer dano» antes do jogo e que «logo após o apito inicial a mesma claque lançou outro petardo aparentemente sem consequências». Do mesmo modo, «aos 54m e 56m foi atirada uma garrafa de água e vários objectos não identificados sobre o árbitro assistente José Cardinal e o marcador dos pontapés de canto, pelos adeptos afectos ao Sporting, que não causaram quaisquer danos.»

Por fim, mas no início da adenda ao relatório do jogo, a informação de que «no aquecimento das equipas os adeptos do Sporting ficaram com quatro bolas do F.C. Porto».

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