O F.C. Porto perdeu os primeiros pontos em casa, mas continua com a boca bem fechada, não prestando qualquer declaração aos jornalistas. Sendo assim, só foi possível saber o que é que as pessoas ligadas ao Belenenses pensam do jogo. Depois de Marinho Peres, Marco Aurélio e Guga terem falado, um representante do gabinete de comunicação limitou-se a desligar as luzes dos painéis que estão por trás da mesa de conferência de imprensa e depreendeu-se que ninguém do F.C. Porto estaria presente. 

Sendo assim, o técnico do Belenenses referiu que «o que tinha sido preparado ao longo da semana foi cumprido, dado que a equipa apresentou-se atrevida e com ambição. Jogámos bem e no limite do nosso potencial». Para além disso, Marinho Peres reconhece que, provavelmente, o adversário «ressentiu-se dos três clássicos que teve de jogar num curto espaço de tempo e nós também soubemos aproveitar esse factor». 

Satisfeito com o desempenho dos seus jogadores, refere que na segunda parte a equipa «conseguiu sair em velocidade e criar várias situações de contra-ataque, por vezes em superioridade numérica, que podiam ter sido melhor aproveitadas». Esta atitude serve para assumir a vontade de chegar às Antas e «não jogar para perder por um ou 2-0. Sabíamos o que vínhamos fazer, porque também queremos aprender com os clubes grandes, que jogam sempre da mesma maneira seja com que adversário for. Queremos ser reconhecidos e, por isso, acima do resultado está o atrevimento que conseguimos demonstrar aqui no Estádio das Antas». 

«Auxiliar disse que eu me adiantei», revela Marco Aurélio 

O guarda-redes Marco Aurélio foi uma das figuras do jogo, pela exibição e pela grande penalidade que cometeu sobre Folha. Este lance gerou grande polémica, pois um dos auxiliares de José Leirós considerou que houve uma irregularidade e Alenitchev teve que repetir a marcação do penalty, depois de ter permitido a defesa (acabou por atirar por cima na segunda oportunidade). 

No final do jogo, o brasileiro disse que a justificação dada por Bertino Miranda é que o guardião se tinha adiantado na baliza antes do árbitro ter apitado para a marcação do livre dentro da área: «Foi um lance normal, mas o fiscal-de-linha entendeu que havia motivo para repetição por eu estar adiantado». 

Director-desportivo do Nantes esteve nas Antas 

Dado que a primeira mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA se está a aproximar (15 de Fevereiro nas Antas, jogo de volta uma semana depois, em França), uma das presenças mais notadas no encontro de hoje foi a do director-desportivo do Nantes.  

No final, alguns jornalistas tentaram abordar o dirigente francês, no sentido de saber quais as opiniões que tirou sobre a exibição dos portistas. Inicialmente, o diector-desportivo mostrou-se receptivo a prestar declarações, mas após indicação de um membro das relações externas do F.C. Porto, acabou por recuar, permanecendo em silêncio. 

Entretanto, o blackout nas Antas continua total. Tanto em declarações como em informações. Por isso, não se sabe se o F.C. Porto vai treinar amanhã, ou não. Quarta-feira, dia 31, os portistas deslocam-se a Alvalade, para disputar a segunda mão da Supertaça Cândido de Oliveira.