Pena, um jovem desconhecido que o Espanhol não quis, o mesmo jogador de quem a «torcida» do Palmeiras não suportaria nem mais uma birra, e Hassan, um velho conhecido que deixou por provar uma invulgar apetência na Luz, partilham, ao final da primeira volta, o topo da lista de melhores marcadores, que se verifica ser mais pertença do brasileiro do F.C. Porto do que do morroquino do Farense, depois de detalhada análise.  
 
Ambos marcaram 14 golos, é condição que não se discute, mas Pena gastou menos jogos para os conseguir. Hassan alinhou em todas as jornadas, Pena, que se estrou à terceira, falhou as duas primeiras e a última. A média desfaz a dúvida. Ou seja, Pena fez um golo por jogo contra 0,8 de Hassan, que bem poderia juntar um argumento inquantificável, mas de peso, à discussão: Pena tem melhores jogadores a servi-lo. E Pena poderia, na resposta, explicar a Hassan que um ponta-de-lança do F.C. Porto suscita maior atenção e cuidado por parte das defesas do que propriamente um especialista do género que vista a camisola do Farense. Disso mesmo ele se terá apercebido nos seus tempos de Benfica.  
 
O protagonismo de Pena afere-se ainda na soma de outros pormenores. Desde a sua estreia, frente ao Paços de Ferreira, marcou em nove jogos consecutivos, perfazendo um total promissor de 13 golos e ligando-se, de forma profunda e irreversível, ao ciclo de sete vitórias conseguido pelo F.C. Porto. Os golos de Pena só não foram o sinónimo mais próximo e adequado de vitória em Barcelos e em Leiria. No primeiro caso, o remate certeiro, somado ao penalty transformado por Esquerdinha, não rendeu mais do que um empate; no segundo, limitou-se a impedir que a derrota conquistasse contornos de goleada.  
 
Luís Carlos, o mais rápido  
 
Pena e Hassan serão, talvez, os mais eficazes avançados da Liga, condição que Feher, com 12 golos, se dispõe a contestar, mas não são, seguramente, os mais céleres executantes. A interpretação mais rápida treina-se em Leiria. Luís Carlos e Bilro já marcaram quando o ponteiro dos segundos dos relógios analógicos completavam a primeira de 90 voltas. Aconteceu, primeiro, à quarta jornada, justamente quando o Belenenses se julgava ainda a visitar Leiria. No primeiro lance do jogo, Luís Carlos desenhou um «chapéu» a Marco Aurélio. O Belenenses empataria 33 minutos depois.  
 
Seis jornadas mais tarde, em Alvalade, Bilro repetiu a façanha, marcando aquele que poderia ter sido um belo golo, não fosse o facto de se ter enganado na baliza. Corria o primeiro minuto e Sá Pinto também. Preparou o cruzamento e fê-lo, à medida de Acosta. Bilro adivinhou o que estava para acontecer, desconhecendo, contudo, que lhe cabia a interpretação do papel principal. Intrometeu-se no caminho da bola, pulou primeiro e cabeceou antes. Justamente na direcção da baliza que defendia. Baptista, surpreso com a direcção que a bola tomara, nada podia fazer. O União de Leiria perderia por 4-0, com dois golos soberbos de Pedro Barbosa à mistura e a confirmação de André Cruz. 
 

Outros artigos relacionados: