Um dos participantes do 5.º Congresso Mundial de Ciência e Futebol, que decorre em Lisboa, até à próxima terça-feira, é Ronaldão. Poucos se lembrarão dele, mas entrou para a história dos mundiais como um dos jogadores que conquistaram o «tetra», em 1994, no Campeonato do Mundo dos Estados Unidos da América, para o Brasil. Quer dizer: não foi participante activo, mas estava nos 22 eleitos de Carlos Alberto Parreira, o seleccionador do «tetra» e que agora, oito anos depois, voltou ao comando técnico do «escrete».

Um dos «zagueiros» era Ronaldão, que não chegou a ser utilizado, tal como Ronaldo, então um menino-prodígio a despontar, bem como as duas alternativas a Taffarel: Gilmar e Zeti. Ronaldão jogou no Atlético de Ponte Preta, passou pelo São Paulo e pelo Flamengo e chegou a jogar no Japão. No final da carreira, decidiu voltar a Ponte Preta, uma cidadezinha muito próxima de São Paulo. E arumou as botas na época passada, aos 36 anos.

Desde o início desta temporada, Ronaldão começou uma nova vida. Assumiu o cargo de «manager» do Ponte Preta e está cheio de vontade de aplicar os seus conhecimentos. Se a prática já tem, Ronaldão quer completá-la com a teoria. «Vim aqui para aprender. No plano táctico, o futebol brasileiro não tem muito a aprender com a Europa, geralmente actuamos num 4x4x2, embora com algumas variações. Há sempre coisas a experimentar nesse plano, mas o meu maior interesse é conhecer estudos novos que sejam aqui apresentados».

Ronaldão quer saber «como é que se trabalha nos grandes clubes europeus» e está «ansioso» por visitar a Academia de Alcochete. «É no plano da organização que juglo que os europeus estão muito mais avançados que os brasileiros», reconehce Ronaldão. «Não há muito o hábito, no Brasil, de colocar antigos jogadores nos cargos administrativos. Geralmente, os «managers» dos clubes de futebol passaram pelo basquetebol e pelo voleibol. Na Europa, apostam mais em futebolistas que acabam a carreira e optam por seguir uma carreira no dirigismo».

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