José Eduardo Oliveira, o presidente da Ovarense, não teme que o seu clube possa sofrer sanções na sequência dos incidentes de ontem, após o jogo que os vareiros realizaram com o Nacional da Madeira. 

Em declarações ao Maisfutebol, o líder da Direcção do clube de Ovar garante que «nada de extraordinário se passou» depois de a partida ter terminado antes dos 90 minutos regulamentares, devido ao facto de o conjunto da casa ter ficado apenas com seis jogadores em campo: «Seria bizarro que depois de tudo o que aconteceu, a Ovarense ainda viesse a ser castigada», comenta José Eduardo Oliveira. 

O presidente da Ovarense contou a sua versão dos acontecimentos de ontem. Para ele, o grande culpado foi o árbitro da partida, Emanuel Câmara: «Não tenho dúvidas de que o senhor árbitro prejudicou a Ovarense de forma propositada. Provavelmente, ele ficou muito incomodado com as declarações que prestei publicamente na passada sexta-feira. Fez uma actuação deplorável, prejudicando-nos de forma premeditada. Não foi o Nacional quem nos derrotou ¿ foi o senhor árbitro». 

Desfiando o rol das acusações, José Eduardo Oliveira observou: «Começou a prejudicar-nos logo aos 13 minutos, quando assinalou uma grande penalidade inexistente. Um erro destes deita abaixo, psicologicamente, qualquer equipa e foi isso que sucedeu à Ovarense. Daí até termos ficado com seis jogadores em campo foi um passo». 

O líder do clube de Ovar ressalvou que nada tem contra o Nacional da Madeira: «Eles não têm culpa de terem sido beneficiado pelo árbitro», observa. Sobre o facto de Emanuel Câmara pertencer ao conselho de arbitragem madeirense, José Eduardo Oliveira admite que essa pode ter sido uma questão que ajudou a acicatar os ânimos dos adeptos da Ovarense: «Não sei se foi por ser da Madeira, só sei que o árbitro estava mesmo disposto a ajudar o Nacional». 

«A Liga tem culpa» 

Além de condenar o trabalho do árbitro, José Eduardo Oliveira atribui também responsabilidades à Comissão de Arbitragem da Liga: «Tendo em conta episódios passados com a Ovarense, este senhor nunca deveria ter entrado no sorteio. As consequências estão bem à vista», conclui. 

Em relação ao facto de a sua equipa não ter tido oportunidade de tentar dar a volta ao resultado porque o jogo terminou antes dos 90 minutos regulamentares, José Eduardo Oliveira reconhece que «a Ovarense terá que aceitar a derrota, uma vez que os regulamentos são claros ao prever que quem ficar com seis elementos em campo perde o jogo». 

Sobre os incidentes após o jogo, José Eduardo Oliveira admite que «alguns adeptos se excederam», mas garante que o árbitro saiu sem ter sofrido qualquer agressão: «O senhor Emanuel Câmara saiu do estádio por uma porta lateral, cerca de duas horas e um quarto depois do jogo. Provavelmente, teria a consciência pesada, porque demorou quase duas horas a elaborar o relatório. Se calhar não sabia o que iria escrever, porque sabia o que tinha feito».