O Hibernians não é propriamente um nome sonante num país onde o futebol também está longe de estar no topo das preferências. Malta pode ser um oásis em termos paisagísticos, mas perde notoriedade quando o assunto passa pelo desporto-rei. Tanto a nível de clubes como em termos de selecção, nunca acrescentou grande coisa ao panorama internacional, nunca foi propriamente um tomba gigantes.

Depois de anos a fio em que a selecção maltesa era sempre adversário predilecto de Portugal nas fases de qualificação para mundiais e europeus, uma equipa desta ilha está no caminho do Boavista na segunda pré-eliminatória da Liga dos Campeões e estará já esta quarta-feira no Estádio do Bessa, para a primeira mão da ronda. Não é um nome sonante e só muito recentemente alcançou o sucesso ao conquistar o título, na última temporada, depois de 16 anos sem abraçar a fama.

Ofuscado pelo brilho do Valleta e do Floriana, clubes de outra dimensão, o Hibernians (325.º no ranking da UEFA) destacou-se na última temporada, à custa de um campeonato brilhante: seis pontos de vantagem sobre o Sliema, segunda classificado, 19 vitórias e apenas três derrotas - números interessantes, apesar de a competitividade interna roçar níveis baixos, tendo em conta os participantes. Estava assim alcançado o décimo título.

O apuramento para esta ronda da Liga dos Campeões, à custa dos irlandeses do Shelbourne, que o Hibernians superou na primeira pré-eliminatória, com um empate em casa (2-2) e uma vitória fora (1-0), representa também um sinal positivo sobre o valor da equipa.

O plantel não é propriamente rico em termos de individualidades e não há nomes conhecidos do público. A única excepção talvez seja o veterano Sílvio Vella, um médio que era uma das figuras de proa na selecção maltesa no início da década de 90. Uma das estrelas é Adrian Mifsud, um goleador por natureza, que já marcou 55 tentos em 67 desafios do campeonato. Depois, há também dois nigerianos - Mbong e Chukinyere, que actuam no meio-campo, apelidos que não chegam a constar no senso comum de qualquer adepto.

Eis o plantel treinado por Robert Gatt: Baldacchino, Cassar, Chukunyere, Ciantar, Cohen, Farrugia, Mbong, Adrian Mifsud, Miguel Mifsud, Muscat, Nisevic, Pulis, Pullicino, Pulis, Scerri, Schembri, Spiteri, Vella, Xuereb, Zahra e Zafara.