A Comissão Disciplinar da Liga realizou, esta tarde, um encontro informal com os jornalistas, no sentido de pôr a comunicação social ao corrente dos principais casos que têm marcado a agenda do futebol português. 

Esta iniciativa, que visa melhorar a comunicação entre os responsáveis da CD da Liga e os media, foi também tentada com os dirigentes, mas nas três reuniões marcadas pelo CD da Liga, nenhum representante dos clubes compareceu. 

Até esta fase da época, a CD da Liga levantou 33 processos disciplinares, sendo que quatro deles se reportam a denúncias de clubes contra actuações de árbitros. São os casos de Olegário Benquerença/Boavista (20 de Outubro de 2000); Jorge Coroado/Boavista (27 de Outubro de 2000), U. Leiria/José Mesquita (3 de Novembro de 2000) e ainda o caso do Campomaiorense, que num só processo apresentou queixa de... 12 árbitros (quatro principais e oito assistentes). 

Este processo levantado pelo conjunto de Campo Maior passou hoje à fase de acusação, sendo que dois árbitros serão constituídos como arguidos. Os seus nomes estão, ainda, em segredo, até que venham a ser notificados. Em fase de inquérito estão, ainda, dez processos, aos quais se podem juntar 17 processos sumários, de casos relacionados com o arremesso de pedras a autocarros de equipas de futebol, destruição de cadeiras e penalizações a jogadores em função da visualzação de imagens video.  

Para Jorge Ramos, presidente da Comissão Disciplinar da Liga, o número de processos que inunda os órgãos que gerem o futebol profissional não é excessivo: «Não, não me parece que esse número seja exagerado. Pelas informações que temos, nos campeonatos dos outros países europeus a quantidade é equiparada. Não se pode dizer que o nosso campeonato seja demasiado conflituoso». 

Multas dos jogadores em função dos salários 

Até ao momento, na época de 2000/2001, quatro jogadores foram penalizados a posteriori. Paulo Santos, guarda-redes do Alverca, por ter cuspido em Deco, foi castigado em dois jogos e 150 contos de multa. Herrera também foi penalizado em dois jogos e 150 contos, após ter dado uma cotovelada em João Pinto; Artur Jorge, do Braga, foi suspenso por dois jogos, mais 100 contos de multa, após recurso do Vitória de Guimarães; João Pedro, jogador salguerista, foi punido com uma jornada de castigo e 80 contos de multa.  

Outra questão abordada teve a ver com as multas a jogadores, dirigentes e clubes. Os responsáveis da CD da Liga esclareceram que os valores impostos dependem da dimensão dos clubes e, sobretudo, dos salários auferidos pelos jogadores. Assim, a mesma infracção poderá conhecer diferentes decisões, caso se trate, por exemplo, de um jogador do Benfica ou do Aves, uma vez que o futebolista benfiquista (em princípio) ganhará mais dinheiro... Dado que a CD da Liga tem acesso aos salários declarados pelos clubes à Liga, esse factor também pesa na atribuição das multas. 

A média de multas por jornada, no conjunto de I e II Ligas, ronda os 2500 contos. Até agora, a jornada mais proveitosa para a Liga foi a 16.ª, na qual foram aplicados castigos que, todos somados, deram uma quantia de 3380 contos.