O presidente da Liga teve de render-se às evidências, perante as dúvidas colocadas por Pinto da Costa, e decidiu o regresso ao sorteio dos árbitros com bolas. O sistema informático fica suspenso «até à realização de uma Assembleia Geral, onde os clubes vão decidir qual o tipo de sorteio a efectuar». Na opinião de Valentim Loureiro «os clubes ainda não estão preparadas para o sorteio por computador». 

Ainda antes da celeuma criada por Pinto da Costa, o presidente da Liga fez questão em efectuar um ponto de ordem, tendo em vista o esclarecimento total da situação. «Foi decidido em AG que os árbitros, assistentes e observadores fossem designados por sorteio, mas não qual o sistema a utilizar. Como o número de auxiliares e observadores era muito elevado a Comissão de Arbitragem decidiu que seria melhor fazê-lo por computador. Assim, foi feito um programa, com um técnico responsável, e só me foi pedido que fosse comprado outro computador, no caso de outro avariar-se. Foi a única decisão administrativa que tomei sobre este caso», referiu. 

Valentim Loureiro só tomou contacto com o novo sistema na quarta-feira passada: «Estive a ver o sorteio durante um ou dois minutos e, no final, só perguntei aos técnicos se não deixava dúvidas e disseram-me que era infalível, pois não sou nenhum especialista em informática, nem em sorteios». 

A contestação em torno do novo sistema de sorteio surgiu no almoço entre as direcções de Sporting e F.C. Porto, realizado no passado domingo, antes do jogo entre as duas equipas. Com o presidente da Liga presente, Pinto da Costa e Dias da Cunha terão aproveitado para manifestar a sua discordância. «Pinto da Costa disse que era contra e referiu que a Liga deveria ter promovido uma sessão de esclarecimento com os clubes e disse ao Dr. Guilherme Aguiar que deveria fazer uma reunião com os clubes, que podiam trazer técnicos e tirar todas as dúvidas e saber se é totalmente credível». 

Para o major, «Pinto da Costa não protestou por ter perdido, pois já o tinha feito às 14h e o jogo só foi às 19h, quando também Dias da Cunha levantou o caso». Em todo o caso, reconhece que «a Liga cometeu o erro de não demonstrar aos clubes todo o sistema e depois votá-lo em AG».