Mauro tem feito um pouco de tudo no Paços de Ferreira. Começou a época a jogar atrás do ponta-de-lança, na posição onde se notabilizou Rafael, mas circunstâncias internas levaram-no à faixa esquerda do ataque. A lesão de Everaldo condicionou a estratégia e o treinador colocou-o num lugar diferente, em apoio constante a Leonardo, mas pelo lado canhoto. Resultado: nunca sentiu a responsabilidade e é dos futebolistas em melhor forma na sua equipa.

«Há 28 anos que sou uma espécie de Mauro», diz ao Maisfutebol o futebolista, cortando pela raiz qualquer comparação com o actual médio do F.C. Porto e Everaldo. «Sou um futebolista em formação e adapto-me bem a qualquer posição», afirmou, negando, logo de seguida, ser dos atletas em grande destaque: «Tenho os meus desejos secretos e estou longe de alcançá-los».

Porquê? «Ainda faltam alguns jogos, mas espero fazer mais assistências e marcar mais golos», respondeu, mostrando-se indiferente a cinco remates certeiros e seis passes para golo. «Só fazendo melhor posso chegar ao final e pensar que a época me correu bem. Gosto de pôr a fasquia lá em cima para fugir à vida mediana. Tenho valor e quero prová-lo para me valorizar».

Mauro já pertenceu aos quadros do Boavista durante duas épocas, apesar de ter estado emprestado ao Penafiel. Mas depois da transferência de Glauber para o Bessa, foi adquirido definitivamente pelo Paços de Ferreira, uma situação normal que não faz dele um homem triste por nunca ter vingado com a camisola axadrezada. «Estou aqui e sinto-me feliz. Gostaria de ter ido para o Boavista, o Jaime Pacheco sabe disso, mas as coisas não aconteceram...»

Por fim, o desafio com o Sporting, a disputar amanhã, sábado, em Alvalade, será um encontro difícil, mas ao alcance do Paços de Ferreira. «Espero que nos corra melhor do que com o F.C. Porto, nas Antas. Fizemos circular bem a bola, mas falhámos na frente. Agora, estamos mais soltos, mais criativos. Estamos mais consistentes e espero que os nossos adeptos fiquem contentes por termos pontuado. A ideia é vencer. Trabalhámos sempre para vencer. O nosso futebol é de pressão, de correr atrás da bola, para conseguirmos marcar golos». A equipa de Bölöni que se cuide...