Pedro Barbosa

O «capitão» vestiu a pele de salvador, levou a equipa às costas e deu um pontapé na tão propalada crise. Nos poucos minutos que esteve em campo, revolucionou por completo a dinâmica de jogo e empurrou os colegas para um objectivo único. A «tabelinha» perfeita que conjurou com Acosta no lance do golo não significa apenas o rasgo técnico, mas uma empatia que foi impossível de vislumbrar no restante tempo do encontro. A «velha» guarda ensinou aos recém-chegados (e a Inácio) o que é que deve existir para o Sporting entrar no ritmo de vitórias: entendimento, acima de tudo, para que os automatismos sejam permanentes, para que nem seja preciso olhar e sentir que o passe vai ter sucesso. Pedro Barbosa colocou os leões nos píncaros, mas também serve como símbolo do que devem ser os objectivos do Sporting daqui para a frente. 

Rui Dolores

António Sousa não escondeu a postura e colocou em campo uma equipa potenciada para o contra-ataque. Com um sistema defensivo bastante resguardado, surgiam quatro jogadores na frente: Gamboa, Óscar, Ricardo Sousa e Rui Dolores. Este último foi o expoente máximo da velocidade e criatividade nas alas, levando César Prates ao desespero do insulto. O extremo-esquerdo serviu como reserva moral da iniciativa aveirense, nunca desistindo de assumir o um-contra-um ou a corrida louca no limbo do sucesso. Porém, as suas acções esfumavam-se rapidamente devido à inexistência de um ponta-de-lança. 

Palatsi

Não deve ter havido jogo do Beira Mar esta época em que Palatsi não tenha merecido destaque pela positiva. O guarda-redes é a qualidade e a segurança em pessoa, o que serve para esconder as debilidades do sector defensivo, nomeadamente dos centrais. Efectua defesas praticamente impossíveis e parece estar sempre no sítio certo, tornando remates complicados em simples e tranquilas intervenções. No golo sofrido hoje, mais uma vez não teve culpa. 

Fernando Aguiar

A força que impõe em campo impressiona até nas bancadas. O pulmão do meio-campo aveirense não acusa o peso da idade e adquire cada vez mais generosidade na entrega ao jogo. Incansável no auxílio à defesa, Fernando Aguiar é um dos principais responsáveis do nervosismo sportinguista durante quase todo o jogo. O «trinco» tem sabido apurar a agressividade e consegue, agora, impor o físico de forma legal e impecável, oferecendo maior consistência à equipa. 

André Cruz

Os olhares costumam concentrar-se nos avançados, naqueles que aparecem nos grandes momentos de climax. É óbvio que o jogo não é só feito de golos e também dá gosto observar a classe de alguns jogadores, que assumem posições mais discretas no terreno de jogo. Assim acontece com André Cruz, um defesa-central de grande qualidade, que sabe como estar em campo e transmitir tranquilidade aos colegas. A forma como corta os lances e acaricia a bola projecta imagens de prazer e coloca os rostos orgulhosos por ter presenciado aqueles momentos. 

José Leirós

Começou por marcar muitas faltas, tentando segurar o jogo através da anulação do contacto físico. Com algumas decisões um pouco polémicas ouviu protestos e irritações dos sportinguistas, ao ponto de não atender a pedidos para assistir atletas contundidos. Depois vieram o penalty cometido por Fernando Aguiar sobre Sá Pinto e um fora-de-jogo inexistente nos momentos seguintes. Exibição tremida do árbitro do Porto, mas que acabou por não influenciar o resultado.