Pavlin é um dos jogadores do F.C. Porto que têm aparecido na lista dos possíveis dispensados. Homem directo e frontal, o esloveno fala sobre essa hipótese sem quaisquer rodeios e sublinha que considera essencial jogar com regularidade esta época. Se não for nas Antas, terá que ser... noutro clube, até porque a Eslovénia pode ir ao mundial-2002 e o médio quer continuar a ser titular da equipa nacional do seu país.   
 
Encarando o cenário de saída sem dramatismos, Pavlin põe os responsáveis do F.C. Porto «à vontade» para, se for caso disso, lhe mostrarem a guia de marcha, mas só pede para sair «em definitivo», uma vez que a hipótese de empréstimo não o agrada. Ainda assim, o jogador não perder todas as esperanças de ficar nas Antas, vendo com bons olhos a aposta de Octávio num meio-campo alaragado. «O meu problema é não ser comunitário...», desabafa. Um depoimento interessante de um dos oito extra-comunitários do F.C. Porto.  
  
 
-- Para início de conversa: vai ficar, ou não, no plantel do Porto? 
-- Não sei, ainda não sei. Acho que os próximos cinco, seis dias aqui em França serão cruciais para perceber exactamente o que se vai passar comigo e com o F.C. Porto. Temos que ver.   
 
-- Mas agradava-lhe ficar, nas condições da época passada, sem jogar muitas vezes? 
-- Para mim, é fundamental jogar. O meu objectivo é jogar para poder estar no Campeonato do Mundo, no próximo ano, pela selecção do meu país, a Eslovénia. Se vir  
que no Porto não dá para jogar, tenho que procurar outro clube e outro país.  
 
-- Depois do estágio decide-se isso, então. 
-- Sim, julgo que depois do estágio as coisas já poderão estar clarificadas. O treinador disse que temos muitos jogadores extra-comunitários. São oito, são demais, porque só podem estar inscritos seis e ainda por cima só podem jogar quatro...   
 
-- Teme vir a ser um dos sacrificados?  
-- Posso ser, posso ser... Se perceber que não estarei entre os quatro, cinco prioritários, então o melhor que tenho a fazer é sair. A questão é que só podem jogar quatro e... eu quero jogar.  
  
 
«Se sair, é definitivo»  
 
-- Mas não tem esperanças de ter, agora, mais oportunidades, com um novo treinador... 
-- Para mim, é um privilégio estar no Porto. Que não fiquem dúvidas quanto a isso. Se vir que tenho condições para jogar, fico. Se vir que não vou ter hipóteses, o melhor mesmo é sair. O que não quero é que volte a acontecer o que me aconteceu na época passada. Amo o futebol e não quero ficar sem jogar.   
 
-- Já disse que podia ter propostas de Espanha e França... 
-- Sim, Espanha e França podem ser possibilidades. Para já não posso adiantar muito mais, como é fácil de compreender, mas poderá haver clubes interessados em mim nesses dois países.  
 
-- A sair, admite ser emprestado, ou quer ir embora definitivamente? 
-- Não, não, prefiro sair em definitivo. Seria melhor para todos.  
 
-- Octávio parece apostar forte no meio-campo. Acha que pode entrar na luta pelas soluções de um meio-campo reforçado?  
-- Neste novo sistema que o treinador está a ensaiar, acho que cada vez mais são necessárias soluções para o meio-campo. Talvez oito ou nove jogadores do meio-campo coubessem neste plantel.   
  
 
«O meu problema é não ser comunitário»  
 
-- O que é que o impede de jogar, então? 
-- Pelo que vejo, o meu grande problema é o facto de não ser comunitário. Se fosse, estou convencido que tinha grandes condições para lutar por um lugar na equipa. 
 
-- Admite ser transferido para outro clube português? 
-- Como disse, tenho que ver o que se passa nos próximos cinco, seis dias. Se não ficar no Porto, tudo pode acontecer. Não ponho de parte essa hipótese, mas não me parece muito provável.  
 
-- Está satisfeito com o que está a fazer neste estágio? 
-- Tem havido muitos treinos e o trabalho tem vindo a desenrolar-se a um ritmo normal. É natural existir algum cansaço nesta altura, mas nada de especial. Fiquei contente com o meu desempenho no jogo de Paris. É importante continuar a apostar nos treinos.  
 
-- As condições em Clairefontaine são boas? 
-- Sim, óptimas. O Porto está numa fase importante, porque tem que fazer tudo para ir à Liga dos Campeões. 
 

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