A sessão de esclarecimento, como a Liga lhe chamou, motivou a presença de poucos representantes de clubes. Pinto da Costa e Adelino Caldeira, presidente e administrador da F.C. Porto, SAD, respectivamente, foram os primeiros a chegar à sede da Liga, vinte minutos antes da hora marcada (11h). Pouco depois chegou um representante do Penafiel e, logo, de seguida, Paulo Gonçalves, administrador da SAD do Boavista. Mais tarde, marcaram ainda presença representantes do Aves, do Guimarães e do Sporting. 

Com poucos clubes sentados no auditório onde costumam realizar-se as Assembleias Gerais, Pinto da Costa sobressaiu, pela forma como se insurgiu contra o sorteio dos árbitros por computador. Já no exterior do auditório, após uma saída atribulada, interrompendo uma discussão com Nuno Albuquerque, membro da Comissão Executiva, o presidente do F.C. Porto explicou os motivos da sua posição. 

«Tem de ser tudo transparente e se o entendido em computadores referiu que é possível adulterar o sorteio, não vale a pena insistir na matéria, só para se perder mais uma ou duas horas no sorteio», referiu. Momentos antes, quando ainda a discussão estava acesa, o técnico responsável pela elaboração do programa para o sorteio, Lima Brás, reconheceu que «internamente é possível alguém manipular» o sorteio. 

A partir deste momento Pinto da Costa não aceitou receber mais argumentos nem sequer assistir à sessão de esclarecimento. «Fica aqui provado quem quer e quem não quer a transparência, por mim já fiquei elucidado», concluiu, não sem estabelecer a comparação entre o sistema informático da Liga e os ataques às contas dos bancos americanos: «Se nos Estados Unidos há permanentes ataques aos bancos, com enormes verbas desviadas, como é que aqui também não podem entrar nos programa, falsificar e possivelmente alterar? Queria dizer aos técnicos que elaboraram este programa, que deviam era estar nos Estados Unidos, porque o nosso país não os merece». 

Sendo assim, o líder do F.C. Porto considera que será melhor regressar às bolas, porque «assim sempre é possível verificar se há vigarice no processo». Na sua opinião, «ninguém tem dúvidas que os clubes querem o sistema de bolas, porque é limpo e transparente» e lamenta o facto da Liga não ter informado os clubes de que ia alterar o processo do sorteio.