Carlos Alberto Silva terá a companhia de Eurico Gomes na sua aventura pelo Santa Clara. Aliás, os dois treinadores viajaram juntos, no mesmo avião que transportou o Boavista para a ilha de São Miguel, na companhia de Carlos Almeida, chefe do departamento de futebol, para ultimar questões e rubricar um contrato válido até Maio e com mais uma época de opção. O técnico brasileiro diz que só «hoje à noite» tomará conhecimento «dos objectivos do clube açoriano», mas logicamente a questão sacramental será a permanência na Superliga face à má classificação no campeonato: último posto.

Os dois treinadores nunca trabalharam juntos, mas sempre tiveram «um relacionamento bom», como explicou o carismático brasileiro no aeroporto Francisco de Sá Carneiro, no Porto, onde fez escala depois de um longo voo do seu país. «Nunca poderia assumir uma equipa sem ter ao meu lado alguém com um conhecimento mais profundo do que o meu. Uma coisa é ver os jogos pela televisão, outra é ter a noção da realidade. O campeonato já começou há muito e preciso de alguém para me ajudar. Nesse sentido, pedi o Eurico Gomes. Ele vai-me fazer uma radiografia do estado das coisas», explicou.

Por volta das 15,30 horas, Carlos Alberto Silva pisou solo português e só ao final da tarde viajou para os Açores, aproveitando o tempo morto para se inteirar dos verdadeiros problemas do Santa Clara com aquele que será o seu novo adjunto. «Traçámos planos, porque temos o jogo de amanhã, em que irei observar a equipa frente ao Boavista, e depois seguem-se desafios difíceis para o campeonato», explicou na sequência dos confrontos com o V. Setúbal, o F.C. Porto e o Marítimo, um ciclo terrível para quem tem como objectivo a permanência.

O técnico brasileiro seguiu para a ilha de S. Miguel na companhia de Eurico Gomes, que desmistificou esta relação de confiança entre os dois: «O Carlos Alberto Silva tem uma personalidade que muito tem a ver comigo e sempre fui um aluno dos seus ensinamentos. Isso foi o princípio do que aconteceu agora. Trabalhar com um homem com o carisma e o passado do Carlos Alberto Silva é muito motivante», adiantou em pleno aeroporto, esclarecendo que esta amizade já vem dos tempos em que um estava no F.C. Porto e o outro no Tirsense: «Tivemos muitos diálogos nessa altura». Há cerca de dez anos, mais propriamente.