Gilberto Madaíl diz que recebeu um pedido para um parecer sobre a naturalização de Deco, mas defende que a iniciativa não partiu da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Deco afirmou em declarações à Rádio Globo que a ideia de avançar com o processo tinha sido proposta da FPF. Madaíl afirma que não, revelando apenas que emitiu um parecer favorável, ao que se recorda a pedido do próprio jogador, admitindo que o médio portista poderia vir a jogar pela selecção nacional.

«Que eu tenha conhecimento a Federação não propôs nada », afirmou Madaíl ao Maisfutebol, sem comentar a hipótese de a iniciativa ter partido de mais alguém na FPF.

«Recebi foi um pedido para dar um parecer, acho que foi do próprio jogador, no qual dissémos que ficava a ser comunitário, que ficava a ser português e que eventualmente podia vir a representar as selecções nacionais», acrescenta o presidente da FPF.

Madaíl procura de resto desdramatizar a polémica em torno da situação, defendendo que é um sinal dos tempos: «Não sei porque é que está a ser levantado um problema tão grande, porque fizemos a mesma coisa com o Makukula. Temos brasileiros naturalizados portugueses no futsal, no basquetebol, no voleibol. É o mundo em que vivemos.»

Rui Costa mostrou-se crítico em relação à situação. O nº 10 português diz que não é «muito a favor de selecções que naturalizem jogadores». «Se as Federações e a FIFA começarem a aceitar que os jogadores que se naturalizem joguem na selecção isto deixa de ser selecção nacional e passa a ser outra vez um campeonato a nível de equipas», afirmou Rui Costa em declarações à SportTV, salvaguardando que não estava a «falar contra Deco», de quem até é admirador, afirma, revelando que costuma assistir de propósito os jogos do F.C. Porto para ver o 10 portista em acção.

Madaíl compreende a posição de Rui Costa, mas argumenta com a constatação de que a prática é repetida por todo o lado. «O Rui Costa é uma pessoa muito patriota e um cidadão que eu muito aprecio. É uma opinião que ele manifesta», afirma, para contestar o conceito de nacionalidade: «Não sei o que é que quer dizer ser nacional, se é ter nascido lá, se é ter vindo pequenino.»

A concluir, Madaíl vai no entanto ao encontro de Rui Costa, admitindo que preferia uma prática menos «globalizada», se todos a respeitassem: «Eu também gostava, se as regras fossem iguais para todos, que cada um jogasse com os seus.»