Agostinho Oliveira definiu as declarações de Figo, admitindo abandonar a selecção, como um desabafo. O seleccionador nacional interino estava sentado ao lado do jogador, na conferência de imprensa da véspera do jogo Suécia-Portugal, e depois mostrou-se emocionado e triste com a perspectiva de abandonar o comando técnico da equipa.

«Ele tem as suas razões. Não conheço isso a fundo, mas penso que é um desabafo. Ele faz falta à selecção e penso que o abandono não vai acontecer. Só se não tiver capacidade de resposta», afirmou Agostinho Oliveira, que foi designado para ocupar o cargo até ao jogo com a Suécia e não deve continuar.

A indefinição sobre o futuro selecionador motivou precisamente as declarações de Figo, que pediu explicações e um projecto para a selecção. Sobre esse tema, Agostinho preferiu não falar: «Passa por cima de mim, também não posso responder, são questões mais altas.»

Agostinho tentou colocar «água na fervura», à questão sobre se podia haver mais jogadores a abandonar a selecção: «Esta indefinição não vai demorar muito mais tempo, temos de ter serenidade, mas atenção ao Euro-2004, que está aí. Isto vai resolver-se.»