O sucesso de Quaresma ficou muito ligado a Lazslo Bölöni. Esperas ter as mesmas oportunidades com Fernando Santos?

Bölöni foi ver vários jogos da equipa B. Eu na altura ainda estava nos juniores e acho que foi devido ao mister Bölöni que passei para a equipa B. Tinha marcado 24 golos em 12 jogos nos juniores e nem fiz pré-época, saltei logo para a equipa B onde também estive bem. Cheguei a treinar e a jogar com a equipa principal, fizemos um jogo contra o Columbus Crew, fiz outro jogo contra a selecção de sub-23 dos Estados Unidos e fui ao Torneio Frank Muller, na Suíça. Por acaso, o Bölöni estava mais atento aos jovens, agora com o Fernando Santos não sei como é que vai ser...

Já tiveste algum contacto com Fernando Santos?

Falei com ele há uma semana, quando me apresentei no Sporting. Mas foi só uma coisa informal. Deu-me os parabéns pelo Campeonato da Europa e pusemos as coisas em dia, em relação às minhas férias e tudo. Deram-me uma semana de férias.

Fernando Santos disse que não ia fazer distinções entre as equipas A e B e contava com as duas formações como um único plantel. É uma porta aberta?

A bem dizer é ele que vai comandar aquilo tudo, equipas A e B. Segundo ele nem vai haver equipa A e B. Os que estiverem melhor vão para a equipa A e aqueles que não são opção na A, vão para a equipa B. Espero ter uma oportunidade, agora com o Campeonato da Europa que fiz, correu-me bem, não só em termos individuais como também em termos colectivos.

Niculae está lesionado e Silva demora a impor-se. O Paulo Sérgio pode ser o homem-golo que parece faltar?

Eu não sou um verdadeiro ponta-de-lança. Sou mais um avançado centro, ou um jogador de alas, extremo esquerdo ou direito. Por caso na selecção tive a oportunidade de fazer cinco golos, sempre com a ajuda da equipa.

Foste o melhor marcador da fase final do Campeonato da Europa...

Contei com a ajuda foi de Hugo Almeida porque me entendo muito bem com ele. Como ele é alto e forte fisicamente, nas bolas altas basta ele desviar e eu apanhava os defesas em contra-pé. Foi mais por isso e pela minha velocidade que consegui fazer estes golos. Eu não me considero um avançado de raiz. No último ano de júnior no Sporting marquei 35 golos e não era avançado, era extremo. Ou é pela rapidez, ou pela técnica que essas oportunidades surgem e eu as concretizo em golos. Não me considero um homem-golo, porque o meu objectivo é mais dar golos. Quem tem que os fazer, normalmente, é o avançado, mas os extremos também fazem muitos golos. É o meu caso e o resultado está à vista.

Onde é que te sentes melhor em campo?

A posição que mais gosto de jogar é a extremo esquerdo, mas também gosto de jogar na direita, mas na esquerda é onde me sinto bem.

Também é uma das lacunas da equipa principal. Chegou agora o Clayton...

É outra coincidência. Há que esperar, vou trabalhar, pode ser que surja uma oportunidade.

Como é que seria umaa época ideal para ti em 2003/04?

Se corresse como correu a época anterior já era muito bom, mas agora já não tenho a idade de júnior, tenho idade de sénior. Quando fui para a equipa B correu-me muitíssimo bem, comecei a jogar, por isso se correr como correu a última já era muito bom.

Tens mais um ano de contrato e outro de opção. A SAD já falou contigo em relação ao futuro?

Já falaram para renovarmos o contrato, mas isso são coisas que delego no meu empresário (Jorge Mendes). Eu estou aqui para trabalhar e mais nada.

Leia toda a entrevista:

Início de carreira de encarnado: «Fiquei desmerecido com o Benfica».

A importância da Academia e uma relação especial com Quaresma: «Tinha Quaresma como um irmão».

As expectativas de Bölöni a Fernando Santos: «Bölöni estava mais atento aos jovens».

Os comportamentos «inadmissíveis» na selecção: «Compreendo-os, mas não foi uma boa atitude».

Melhor marcador no Europeu com cinco golos: «O homem-golo era Hugo Almeida, não era eu».

Futuro da selecção assegurado: «Scolari tem mostrado que aposta nos jovens».

As preferências de Paulo Sérgio: «Totti é um jogador fenomenal».