O técnico do Guimarães, Augusto Inácio, abordou hoje o encontro de sexta-feira frente ao Marítimo, já que a comitiva vitoriana parte amanhã para o arquipélago. Com o triunfo alcançado diante dos axadrezados ainda bem vivo na memória, o treinador vitoriano frisou que «ganhar um jogo é sempre importante e sendo frente ao campeão nacional mais importante se torna». 

Por outro lado, a vitória sobre o Boavista foi importante para elevar os índices de confiança dos jogadores, sobretudo tendo em linha de conta, a goleada infligida pelo Sporting e o fantasma que assolava a equipa, quando esta actuava no seu reduto. «Reagimos bem a uma derrota pesada e demos uma boa resposta na nossa casa, quando muita gente vaticinava que era complicado aos jogadores do Vitória jogarem perante o seu público. Provámos que não! Gostamos de jogar perante o nosso público. Ajudaram-nos muito a ganhar esta partida, mas agora temos outro jogo pela frente», prosseguiu. 

Sobre o adversário da próxima sexta-feira, Inácio elogiou o trabalho desenvolvido por Nelo Vingada na Madeira: «É uma equipa muito bem orientada, joga bem e é organizada. Na minha opinião não mereceu perder o jogo em Faro. Vi esse jogo com muita atenção e o Marítimo demonstrou ser uma equipa equilibrada. Os jogadores sabem o que estão a fazer dentro do campo. Se em casa os jogos são complicados, fora talvez ainda sejam mais», frisou Inácio, passando algum favoritismo ao adversário, assente no factor-casa.  

O treinador destacou, no entanto, que a «atitude» é a principal razão para influenciar a tendência de um encontro. «O problema, às vezes, não é o nome dos jogadores, o esquema táctico ou a estratégia que os treinadores têm. Tem muito a ver com a atitude. Há treinadores que dizem que depende da dinâmica, mas eu acho que depende mais da atitude... Se a nossa atitude for idêntica há que tivemos com o Boavista, penso que temos condições para ganhar o jogo. Se assim não for, as coisas ficarão muito complicadas para nós», sustentou, para de seguida mostrar-se optimista numa boa prestação da sua equipa. «Estamos confiantes que podemos trazer um bom resultado, mas compete ao Vitória manter a atitude que teve com o Boavista. Se formos unidos e coesos como neste último jogo, temos condições para discutir o resultado. Agora, sabemos que na Madeira nunca foi fácil e desta vez de certeza que não vai ser».  

E não estará a formação madeirense num patamar superior? «Talvez o Marítimo esteja mais entrosado do que nós, mas aos poucos também estamos a apanhar esse entrosamento e a conhecer melhor cada um de nós. São duas equipas boas, ambas com argumentos para ganhar. Se jogássemos em casa, provavelmente, teríamos um ligeiro favoritismo, mas jogando fora admito que o Marítimo o tenha. São equipas muito equilibradas e não se pode dizer quem é o vencedor antecipado», sustentou. 

«Lugares cimeiros são um desafio» 

Sobre as expectativas que são depositadas no campeonato, Inácio resumiu que «ainda é cedo, pois só se disputaram oito jornadas». Mas a fé é inabalável:«O sistema já está encontrado e as peças para esse sistema dependem de vários factores». Por isso considera «natural» que o Vitória ainda apresente «algumas oscilações nos jogos». «Esperemos que a consistência da equipa melhore, jogo a jogo. Temos de melhorar muito mais no equilíbrio mental que às vezes falha. No futebol português a mentalidade tem de ser mais forte, mas estamos a melhorar de ano para ano» 

Mas será o Guimarães manter-se nos lugares cimeiros? «É um desafio para nós! Costumo dizer que vamos vivendo jogo a jogo. Não temos metas. Queremos ganhar todos os jogos, mas sabemos que nem sempre é possível. Estamos no quinto lugar e temos cinco ou seis pontos de avanço sobre os últimos lugares. Se ganharmos os próximos jogos, podemos ficar a três pontos do primeiro, mas também me parece que quem perder dois a três jogos seguidos dá um tombo muito grande».