A expulsão de Rafael

Já jogou no F.C. Porto e tinha, nesta partida, uma excelente oportunidade para provar aos responsáveis das Antas que merecia ter tido mais oportunidades na casa azul e branca. Tentou alguns lances individuais que podiam ter dado em golo, mas saiu precocemente do duelo de Felgueiras, ao ver o segundo amarelo. Os veementes protestos com que reagiu a um golo bem anulado comprometeram a equipa e fizeram com que fosse tomar banho mais cedo ¿ foi o segundo cartão vermelho que Rafael viu em quatro jornadas. A jogada é rápida, mas fica a nítida sensação de que Rafael estava mesmo em fora-de-jogo quando recebeu o passe da direita. Depois, cabeceou para o fundo das redes. Mas já não valia...

A batalha do meio-campo

Foi no meio-campo que este jogo se decidiu. Mourinho sabia disso e optou pela mesma estratégia do Bessa: 4x4x2, ganhando um elemento no meio, ao chamar Paulo Ferreira para missões mais ofensivas. O 3x5x2 de Inácio é um esquema pouco habitual no futebol português, mas que tem dado frutos neste início de época. A consistência dos minhotos voltou a ser revelada em fases desta partida: Hugo Cunha, Pedro Mendes, Rui Ferreira, Bessa e Djurdjevic formam um bloco que só se consegue desmontar com um futebol bem planeado. E esteve parte do mérito portista: mesmo depois da expulsão de Maniche, o meio-campo azul e branco nunca se desmoronou. 

Nas mãos de Nuno

Era um dos jogadores sobre quem recaía uma maior pressão: mesmo antes de começar a partida... O «caso Baía» obrigava-o a estar no seu melhor. Caso contrário, poderia dar razão a algumas das críticas do seu companheiro, que ontem mesmo manifestou o seu desagrado pelo facto de ter perdido a titularidade. Não foi uma exibição perfeita, mas a verdade é que Nuno passou mais este teste com uma nota muito positiva: nas suas mãos pararam quase todos os remates perigosos (e foram vários) da equipa vimaranense. Não terá começado o jogo da melhor forma, acusando duas hesitações nos primeiros nove minutos. Na segunda delas, podia ter comprometido, ao mandar para canto uma bola que passou muito próximo do poste direito da sua baliza. Mas o facto é que com o tempo venceu as hesitações e revelou-se, no resto da partida, muito seguro. A defesa ao remate de Romeu, no minuto anterior ao primeiro golo portista, foi decisiva.

Deco para resolver

É repetitivo, mas... é verdade: Deco é o homem que resolve no F.C. Porto. Para muitos apontado como o melhor jogador do campeonato português, o brasileiro voltou a fazer a diferença. O Porto não estava a encontrar os melhores caminhos para a baliza de Palatsi. Depois de um lance em que o Vitória quase marcou, Deco puxou dos galões e marcou de forma absolutamente magistral o golo que deu três pontos preciosíssimos ao F.C. Porto. O jogo nem deu para grandes artes mágicas ¿ os espaços foram sempre muito curtos ¿ mas Deco provou por que é que tem a sua cotação tão alta no mercado.