Quis o destino - se calhar, nem o próprio jogador queria -, que Vítor Paneira saísse do Benfica para representar o V. Guimarães. Viveu momentos de glória no clube da Luz ao longo de sete grandes temporadas, mas acabou por sair pela porta pequena, vítima de um processo revolucionário encetado no plantel encarnado em 1995. Calou as críticas e foi um dos símbolos dos vimaranenses durante quatro épocas seguidas, conseguindo um brilhante terceiro lugar (1997/98) e uma colecção significativa de momentos de glória. Encerrada a carreira de futebolista, optou pela via de treinador, estando à frente do Ribeirão, actualmente no 10.º lugar da série B da III Divisão.

No sábado, será um espectador atento do V. Guimarães-Benfica, a disputar-se em Felgueiras, não tendo muitas dúvidas a quem atribuir o favoritismo: «Por tradição, o Benfica, com maior ou menor dificuldade, tem conseguido vencer em Guimarães», explica ao Maisfutebol. «É um facto que o Vitória tem uma das melhores equipas do campeonato, mas o seu adversário poderá ter uma motivação-extra depois de ter assegurado a contratação do Geovanni. Acima de tudo, espero que seja um jogo bem disputado e de grande qualidade. Por isso, o resultado final é uma incógnita», completa.

Vítor Paneira considera que este jogo será um teste à equipa orientada por José António Camacho que tem vindo a evidenciar resultados positivos, mas agora terá pela frente um conjunto bastante coeso: «Vamos ver como será a consistência de jogo do Benfica. Em casa, tem estado forte, agora será um grande teste fora de portas. Se a tradição se cumprir, ganha o jogo», considerou o ex-futebolista, apontando o V. Guimarães «como uma das melhores equipas a jogar futebol na Superliga». Mas será a sensação do campeonato? «Acho que não. Nesse capítulo, aponto o Varzim, porque o Vitória habituou-nos a lutar sempre pela Europa», respondeu.

Olhando para os dois plantéis, o actual treinador do Ribeirão considera que Pedro Mendes é o futebolista do V. Guimarães que mais se aproxima das suas qualidades quando ainda jogava futebol. Do outro lado, não tem dúvidas em apontar Simão Sabrosa como seu herdeiro natural no flanco direito dos encarnados. «O Pedro Mendes tem jogado na minha posição e tem qualidades para ser um grande jogador. Já é um futebolista muito bom, mas pode ir mais além. Não fui tão rápido como o Simão Sabrosa, tinha mais um drible curto, gostava de ir à linha, mas temos alguns pontos em comum. São dois grandes jogadores. Se calhar, nem eu tinha as qualidades deles», alertou por entre um sorriso.

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