A figura: Richard

O médio paulista de 22 anos, emprestado pelo Santo André ao Gil Vicente desde a época passada, nem sequer tem estatuto de titular na equipa de Paulo Alves. Cabe-lhe o papel de arma secreta e ontem desempenhou-o na perfeição. O jovem brasileiro é um tecnicista nato (não é por acaso que aponta todos os lances de bola parada na equipa gilista) e ontem a classe com que coloca a bola fez a diferença. A partir do momento em que entrou em campo, aos 58 minutos, o futebol dos barcelenses mudou para melhor. Uma assistência para golo, um lance de grande penalidade e duas oportunidades flagrantes são mais que suficientes para aquilatarem a sua importância na partida. Ora aí está mais uma excelente surpresa na equipa de Barcelos.

A desilusão: Hugo Vieira

Não teve propriamente uma exibição descolorida, mas desde os primeiros momentos de jogo que Hugo Vieira tentou fazer de tudo para ficar na história de uma partida que muito provavelmente marcará a sua despedida da Liga Portuguesa. Muito esforço, muita capacidade de abnegação e poucos resultados práticos. Mais do que desilusão para os adeptos (que se despediram dele com aplausos), a exibição de ontem foi uma desilusão para o ainda avançado gilista, que ontem pretendia certamente despedir-se com um golo do seu clube.

Positivo: Académica com personalidade

A boa entrada em campo da Académica, num assomo de líder, foi o primeiro aspecto a relevar da partida, tal como a reacção gilista no segundo tempo. No ataque gilista, além do evidente destaque para a arma secreta Richard, Laionel voltou a estar em destaque, pela agilidade e habilidade com que se entregou a cada lance. Do lado contrário, Habib esteve imperial, durante boa parte da partida, no meio-campo academista. Nota positiva também para o comportamento das claques, que souberam dignificar a partida, com uma prova de ¿fair-play¿ ao intervalo.

Negativo: só faltou pontaria a Valente

Falta de eficácia e desatenção pagam-se caro. E bem pode queixar-se disso Diogo Valente, que teve uma acção positiva na partida, mas pecou apenas por não ter conseguido marcar nas várias oportunidades de golo que protagonizou. Melhor podia ter estado também o eixo da defesa da Académica. Os centrais deixaram André Cunha cabecear para o golo que decidiu a partida.

O momento: minuto 69

Livre de Richard, desvio de cabeça de André Cunha. Futebol simples e eficaz. Foi assim que o Gil Vicente decidiu uma partida que esteve encravada até ao minuto 70. Os gilistas descobriram de bola parada o caminho da baliza de Peiser, que esteve intransponível até ao momento da partida, onde não teve quaisquer hipóteses de evitar o golo que deu a primeira vitória na Liga aos comandados de Paulo Alves.