Lucho González
Bastaram 30 segundos para o F.C. Porto chegar à vantagem. Uma jogada de Quaresma na esquerda, que passou por dois adversários, cruzou para a área, onde surgiu o sempre oportuno Lucho González, que até teve de se baixar para marcar de cabeça. Depois dos dois golos à Académica, o argentino veio confirmar o crescendo de forma e a consolidação de um lugar no sistema táctico, que lhe permite ganhar espaços à direita (como na selecção argentina) e surgir mais vezes em zona da finalização. Com a saída de Ibson, ao intervalo, teve de recuar e isso retirou-o dos terrenos mais avançados, mas a sua influência continuou a fazer-se sentir, como no potente remate que desferiu aos 82 minutos, que obrigou Jorge Baptista a efectuar uma bela defesa.
Bruno Tiago
Exibição sólida do médio gilista, que tirou partido da sua excelente condição física para ultrapassar com facilidade o mau estado do terreno. Jogando de igual para igual com o meio-campo adversário, Bruno Tiago conquistou muitos duelos e nunca se esqueceu de dobrar Braíma, Carlos Carneiro ou mesmo Williams. Depois de uma primeira parte positiva, foi crescendo à medida que o jogo se foi desenrolando, usufruindo directamente da saída de Braíma e do consequente balanceamento da equipa para o ataque. Foi um dos principais culpados pelo bom segundo tempo do Gil Vicente.
Quaresma
De chuteiras prateadas ou encarnadas (como usou desta vez), o extremo portista conserva o génio no pé direito e não raras vezes utiliza-o em benefício da equipa. Com o Gil Vicente só precisou de fazer uma finta e um cruzamento para inscrever no livro das estatísticas mais uma assistência. O tal génio não precisou de aquecer e logo aos 20 e poucos segundos decidiu arrancar com jogada individual e servir Lucho na área, para o golo da vitória. Quaresma continuou a batalhar, a ir à linha, a ultrapassar terrenos lamacentos e até teve uma excelente oportunidade, aos 68 minutos, quando passou por toda a gente e só não conseguiu bater Jorge Baptista.
Carlitos
Colocado à direita, foi o jogador mais esclarecido entre os gilistas, tendo ficado directamente associado a um lance polémico, bem no final da primeira parte, quando foi derrubado na área por César Peixoto e o árbitro nada assinalou. Carlitos colocou as mãos na cabeça e olhou para o auxiliar, que também decidiu não marcar a falta, mas não virou a cara à luta e ainda viu Leandro Netto e Gregory desperdiçarem duas excelentes oportunidades para chegarem ao empate.
Lisandro López
Voltou a jogar na frente de ataque, mas desta vez não marcou. Pouco habituado ao lugar, procurou receber a bola várias vezes em zonas muito recuadas e tornou-se normal vê-lo no meio-campo portista. Batalhou, procurou espaços no ataque, mas nem sempre foi bem servido. Curiosamente, brilhou mais em missão defensiva, quando, aos 86 minutos, evitou o golo do empate, mesmo em cima da linha de baliza.
Williams
Muito mexido durante a primeira parte, surgiu à esquerda no auxílio a Nandinho. Procurou colocar a bola na área, mas sem grande sucesso, mas nunca deixou de pressionar Bosingwa. Com as mexidas na equipa no início do segundo tempo, Williams subiu no terreno e assumiu-se como um dos mais importantes municiadores de Leandro Netto e Carlos Carneiro.
Jorginho e César Peixoto
A constante presença de Jorginho no «onze» do F.C. Porto já se tornou um cliché algo risível, pois nada justifica a sua utilização, por manifesta falta de qualidade. Inoperante, jogou quase sempre à direita, mas variou muitas vezes para a posição de número 9, não criando perigo em qualquer dos papéis. O caso de Peixoto também está relacionado com uma (falta) de qualidade que destoa nesta equipa. Constantemente ultrapassado por Carlitos, falhou muitos passes e nem nas bolas paradas conseguiu fazer a diferença.