No aproveitar esteve o ganho. Num jogo com pouco que contar e sem um domínio absoluto de nenhuma das equipas, o Rio Ave aproveitou uma das poucas oportunidades que apareceram para selar um triunfo que lhe assenta bem, por ser mais equipa e ter um jogo mais definido. O Gil Vicente cai para a zona de despromoção, em mais 90 minutos sobre brasas e sem armas para golpes que valham pontos.

A incapacidade ofensiva da equipa de Paulo Alves não é de agora. Desde o início que as principais críticas ao conjunto gilista se centravam na falta de soluções no ataque. É verdade que, este domingo, não pôde contar com Luís Carlos e Pedro Pereira, castigados, nem Yero lesionado. Mas também por isso fica latente a escassez de ideias de um ataque onde só Valdinho foi agitando, face à falta de entrosamento de Luís Martins e à tarde pouco inspirada de Brito.

FICHA DE JOGO

O Rio Ave, pelo contrário, é uma equipa já bem mais madura. Com Tarantini cada vez mais a ditar leis no meio campo e com homens como Del Valle ou Bebé peritos em transições rápidas, a equipa de Nuno Espírito Santo foi a primeira a tomar conta do jogo.

Ameaçou, aliás, logo num remate às malhas laterais de Del Valle, no primeiro minuto. E marcou numa altura em que a contenda até já estava mais dividida.

Adriano, tantas vezes o abono de família gilista, mediu mal o tempo de saída num canto e Marcelo não perdoou. Golo brasileiro em Barcelos, a desequilibrar uma balança que parecia nivelada de mais.

O golo, a dez minutos do intervalo, deixou pouco espaço de reação ao Gil na primeira parte. Mas, na segunda, entrou melhor a equipa da casa. No auge desse bom período, André Cunha atirou à trave, de cabeça, após livre na esquerda. Parecia que o Gil ia carregar. Mas não foi.

Os destaques do jogo

É que o Rio Ave, como se disse, deixava em sentido a linha mais defensiva dos barcelenses com raides constantes de Bebé, Ukra ou Del Valle. Wires chegava para as ações do meio campo e a defesa continuava sólida, mesmo sem Nivaldo e Edimar. Sem brilhar, o Rio Ave mostrava como se controlava um jogo.

Poderia ter resolvido tudo quando Del Valle atirou ao poste depois de fugir a Halisson. Manteve a dúvida. Deixou o Gil ficar no jogo e acreditar. Já com o central Sandro como ponta-de-lança improvisado e até, por alguns minutos, sem iluminação artificial, o Gil carregou sem massacrar. Atacou com força mas sem chama. Assim, só um acaso mudaria o rumo traçado.

E o acaso não surgiu. O Rio Ave levou para Vila do Conde os três pontos, reforçando o 5º lugar na Liga. O Gil Vicente caiu para a zona de despromoção a uma jornada do final da primeira volta. Não ganha desde 7 de outubro. E não é com pólvora seca que as vitórias vão voltar.