Paulo Alves começou da pior forma a aventura como treinador. Perdeu na estreia, perdeu em casa e perdeu sobretudo num jogo em que à U. Leiria bastou ser o menos mau em campo. A derrota, portanto, nem foi a pior das notícias. Esvaziado desta forma cruel o balão da euforia, sobra um futuro sombrio para o novo treinador do Gil Vicente.
O Gil Vicente até entrou melhor no jogo e conseguiu aguentar essa superioridade sobre o adversário durante quarenta e cinco minutos. Aproveitou a dinâmica trazida pela chicotada psicológica para afastar velhos fantasmas e não lhe custou por isso dominar um adversário que se apresentava também em queda pelos maus resultados recentes.
Na sequência da derrota da última jornada em casa perante a Académica, o treinador Jorge Jesus operou várias mudanças no onze, tirou Renato e recuou João Paulo para central, recuperou Paulo Gomes para a titularidade, deixou Fábio Felício no banco, colocou no seu lugar a organizar o jogo Alhandra e lançou Lourenço para o ataque.
Uma mão-cheia de alterações que descaracterizaram por completo a equipa leiriense e entregaram ao Gil Vicente o controlo do jogo. A formação de Barcelos percorreu toda a primeira parte com a bola nos pés, a jogar junto da baliza de Costinha e a criar ocasiões para marcar. Num grande remate de Bruno Tiago fez então o golo que já justificava.
Entra Fábio Felício e tudo muda
Ainda antes do final da primeira parte - mesmo sobre o final, aliás -, uma desatenção na defesa permitiu à U. Leiria empatar praticamente no único ataque perigoso construído na primeira parte. Uma passividade confrangedora deixou Fábio Felício lançar Maciel para um cruzamento que Cadú da Silva desviou para o remate final de Lourenço. Tudo ali junto da baliza de Paulo Jorge. Sem que ninguém do Gil Vicente parecesse muito interessado com isso. Ora o golo motivou a formação leiriense que apareceu na segunda parte bem mais consistente. Jorge Jesus organizou a equipa ao intervalo, aproximou os sectores, uniu as pontas soltas e a U. Leiria cresceu. Mesmo sem dominar muito, defendeu bem e saiu com rapidez para o contra-ataque. Roubou espaços ao Gil Vicente, ganhou-lhe praticamente todas as segundas bolas e golpeou-o com sucessivas ocasiões de golo provocadas por contra-ataques rápidos. Marcou um golo, o da vitória, e ameaçou construir uma goleada. O Gil Vicente saiu vergado. Abaixo da linha de água e completamente derrotado.