A figura: Diego

É verdade que o Gil Vicente não esteve em tarde de pontaria afinada, mas o guarda-redes sadino também foi responsável pelo menor acerto. Figura maior do clube, nos tempos atuais, foi também o homem do jogo e o responsável pelo triunfo. Diego é, essencialmente, uma garantia de segurança. Um descanso para os centrais, o ponto de abrigo para as aspirações do clube. Exímia a intervenção na cara de Hugo Vieira, evitando que o avançado marcasse em chapéu. Segura a defesa que evitou que o mesmo Vieira marcasse de bicicleta. Fantástico o voo a evitar o golo que nascia na cabeça de Zé Luís. Três exemplos, entre vários, de (mais) uma tarde de sonho para o brasileiro.

Positivo: adeptos do V. Setúbal

A viagem de Setúbal a Barcelos ainda é longa, mas o Vitória mostra que tem adeptos especiais, fieis como é raro ver nos dias que correm. Três autocarros e uma simpática falange de apoio a uma equipa que, outrora, teve tempos mais grandiosos, mas continua com o respeito das gentes da terra. Muito bem.

Negativo: Targino

Muito pobre a atuação do avançado. Passou praticamente ao lado do jogo, engolido na defensiva gilista e longe dos centros de decisões. Ainda quis dar um ar da sua graça quando roubou uma bola a Júnior Caiçara, ainda no primeiro tempo, mas o remate foi tão fraquinho que não criou ponta de perigo. O espelho de todo o jogo de Targino.

O momento: Ney Santos desfaz o nulo

Minuto 84. Antes, só Gil. Depois, só Gil. Mas naquele minuto a glória foi de Ney Santos, num remate muito colocado e mal calculado por Adriano. Pode ter valido muito mais do que apenas três pontos.

Outros destaques

Rodrigo Galo

Muito mais do que um defesa direito. É uma seta venenosa apontada à baliza, mas que também sabe defender. Várias arrancadas fizeram miséria do flanco esquerdo sadino, onde Miguelino e Igor passaram por muitas dificuldades para tapar as subidas deste lateral que não teve espaço no Sp. Braga de Leonardo Jardim mas que continua a brilhar com...o galo ao peito.

César Peixoto

Um acréscimo de classe. César Peixoto não é o jogador mais voluntarioso da equipa gilista, mas também trabalha. Não é o mais rápido, mas disfarça bem. O médio contratado em Dezembro é, acima de tudo, uma dose extra de classe a um meio campo que não tinha um jogador assim. Vive de momentos, abastece-se nos pormenores e dá nas vistas por isso. Não tem o fulgor de outros tempos, se calhar, mas aquele pé esquerdo continua muito afinadinho. E que jeito dá ao Gil.