Nandinho, novo treinador do Gil Vicente, quer iniciar um projeto estável que ajude o clube a crescer, mas sem pressa para subir de Divisão. O técnico revela que António Fiúsa não lhe exigiu a subida já na próxima temporada, mas isso não retira ambição ao clube.
 
«Há sempre cinco ou seis clubes a lutar até ao fim pela subida, alguns deles com orçamento mais baixo que até nem eram apontados como candidatos de início. Por isso, sabemos que é uma Liga competitiva e difícil. O presidente não me pediu a subida, mas isso, claro, não nos retira ambição», afirmou, em conversa com o Maisfutebol.
 
O técnico, a dar os primeiros passos na condução de uma equipa sénior, lembra que o Gil Vicente será visto pelos outros clubes como um candidato porque acabou de descer. «Normalmente as equipas que caem da Liga são apontadas como candidatas, mas lembro-me de poucas que tenham conseguido descer e subir logo no ano seguinte», frisou.
 
«É uma realidade nova e os jogadores demoram a adaptar-se», acrescenta.
 
A negociação com um clube que já representou durante cinco temporadas como jogador foi fácil, garante. «Quis saber qual era o projeto pensado e houve logo sintonia», conta.
 
Depois explica-o: «O clube quer potenciar jogadores da formação, integrar outros jovens que possam vir de outros campeonatos e criar uma mescla entre juventude e experiência para que a integração também seja mais rápida.»
 
Gil Vicente irá sofrer profunda remodelação no plantel
 
Nandinho está em Fátima a concluir o IV nível do curso de treinador e, nos próximos tempos, irá dividir a sua atenção entre a finalização do curso e a formação do plantel gilista.
 
«A equipa vai sofrer, necessariamente, uma profunda remodelação. Temos de adaptar o clube à realidade que vai encontrar e temos uma estratégia pensada. Não vamos prometer que vamos subir já porque há equipas que já estão estruturadas do ano passado para este campeonato e partem em vantagem», considera.
 
O Gil Vicente dará preferência ao mercado português, nomeadamente na II Liga e no Campeonato Nacional de Séniores. «Primeira Liga, também, se for possível», acrescenta Nandinho.
 
No fim de semana, o novo técnico vai reunir com a direção para saber com quem poderá contar do atual plantel. «É preciso ver quem tem contrato, quem pode sair. Vamos conversar sobre isso tudo com tempo, agora», salienta.
 
E admite, claro, a integração de jogadores do plantel júnior que tão bem conhece e levou ao histórico terceiro lugar no Nacional, a melhor classificação de sempre. Os nomes, para já, é que ficam guardados na gaveta, embora o hondurenho Jonathan, melhor marcador da fase final, seja um dos principais candidatos, tal como os cabo-verdianos Vagner e Platiny e também Rui Batalha.
 
Por fim, Nandinho garante que se sente «preparado» para este passo na carreira. «Tinha a ambição de passar da formação para o futebol sénior e fazê-lo num clube que me diz tanto é perfeito», considera.
 
Ainda assim, salienta que ser um homem da casa lhe traz uma responsabilidade acrescida: «Cria-se uma grande expectativa e vai levar a que a exigência e a ansiedade dos sócios e adeptos seja maior. Mas sinto-me preparado.»