Depois do glamour da Champions, o Sp. Braga esbarrou na realidade do campeonato português e não foi além de um empate no dérbi do Minho em casa do Gil Vicente. Os bracarenses tiveram de se socorrer do espírito guerreiro para dar a volta a um jogo em que estiveram a perder por 2-0 e a jogar com menos um.

Os galos devem a si próprios os dois pontos perdidos, mas tiveram o mérito de ir buscar a igualdade. Num jogo entre os dois melhores ataques da Liga, galos e guerreiros apontaram seis golos debaixo de um dilúvio, um verdadeiro recital ao futebol.  

Depois de mais um episódio da epopeia épica dos bracarenses na Champions, Artur Jorge fez apenas uma alteração em relação ao jogo com o Real Madrid, dando maior pendor ofensivo à equipa, entrando Abel Ruiz para o lugar de Vítor Carvalho. Por seu turno, Vítor Campelos trocou três peças que alinharam de início com o Belenenses. Saíram Kiko, Roan Wilson e Murilo e entraram Buta, Martim Neto e Pedro Tiba.

Chuva, chuva e mais chuva

Debaixo de chuva intensa, os bracarenses tomaram a iniciativa de jogo, perante um Gil Vicente na expetativa e a espreitar o contra-ataque. Foi assim que Félix Correia criou perigo junto da baliza dos arsenalistas, contudo Matheus encaixou bem o remate. Na resposta, após cruzamento da esquerda, o esférico sobrou para Álvaro Djaló, que rematou ao lado.

Os galos chegaram ao golo ao minuto 21. Após canto, os guerreiros tiram a bola da zona de perigo, mas, na ressaca, Serdar falhou o corte e Baturina, isolado, atirou a contar. O Sp. Braga sentiu o golo e, logo depois, quase sofria o segundo. Excelente combinação entre Fujimoto e Félix e este último a endossar o esférico a Baturina, mas o avançado croata escorregou, acabando por Serdar tirar o esférico quase em cima da linha.

Com o tempo a correr para o intervalo, os bracarenses criaram, finalmente, uma ocasião de real perigo. Ricardo Horta apareceu solto na esquerda e rematou para grande defesa de Vinícius. Na insistência, Álvaro Djaló ofereceu o golo a Banza que, em boa posição, atirou à malha lateral.

Jogo de loucos

Artur Jorge dava sinais de que não estava a gostar do desempenho da equipa e lançou, para a segunda metade, André Horta. E os de Braga começaram logo a dar sinais de perigo, com Abel Ruiz, em boa posição, a rematar por cima. Na resposta, Félix Correia isolou Baturina que foi carregado em falta por Niakaté. Hélder Malheiro assinalou de pronto a grande penalidade e expulsou o defesa bracarense. Na conversão, Dominguez fez o segundo.

Complicava-se a vida dos bracarenses, mas a partir daqui que surgiu o espírito guerreiro. Empurrados pelos adeptos, Banza aproveitou o ressalto na área para rematar para o fundo das redes, com o esférico a passar por baixo das pernas de Vinícius. O Gil Vicente reagiu e Baturina ficou perto do terceiro, valeu a boa defesa de Matheus. Mas por esta altura só dava Braga.

Num livre direto frontal, ainda longe da baliza, André Horta iria fazer o empate. O remate rasteiro passou por baixo de toda a gente e só parou no fundo das redes. Cinco minutos depois, Horta voltou a cobrar livre direto que pingou na área e deu novo golo. Era a reviravolta bracarense para a loucura dos adeptos.

Os galos não entregavam os pontos e foram em busca de nova igualdade. Campelos mexeu na equipa e do banco saíram os protagonistas do golo do empate. Miguel Monteiro assistiu e Roan Wilson marcou, havendo divisão de pontos.